16) RONAN, O ACUSADOR
Praticamente tudo que foi dito contra o Kaecilius de Mads Mikkelsen pode ser usado para destrinchar a falta de carisma ou a importância de Ronan, o Acusador (Lee Pace), seu alienígena fundamentalista religioso padrão - vale ressaltar que o personagem terá uma chance de redenção em Capitã Marvel. Ambos são capangas, ambos são esquecíveis, ambos poderiam ter sido mais ameaçadores e ambos desperdiçam os talentos de seus atores. O que separa Kaecilius de Ronan, no entanto, é a qualidade dos filmes nos quais os dois estão inseridos. Enquanto Doutor Estranho é somente razoável também por causa do antagonista de Stephen Strange (Benedict Cumberbatch), Guardiões da Galáxia é um dos melhores filmes do UCM apesar da presença de Ronan, o Acusador. Um filme geralmente é tão bom quanto seu vilão; por sorte, a estreia dos mercenários mais amados do universo nas telonas foge à regra.
15) ALDRICH KILLIAN
Às vezes, não basta ser bom o bastante ou realmente ser um vilão ameaçador com um plano interessante. Aldrich Killian (Guy Pearce), de fato, preenche todos os requisitos supracitados: ele é ameaçador; egocêntrico como Stark; e extremamente inteligente. Além disso, ele planeja espalhar o medo mundo afora vendendo o terrorismo como um espetáculo, controlando a opinião pública das sombras. A ideia é profunda e remete diretamente ao conceito de que, atualmente, as guerras são vendidas como produtos midiáticos de entretenimento pela mídia hegemônica. Todavia, o contexto não colabora com Killian; por mais que o antagonista tenha tantos pontos positivos a seu favor, incluindo a performance de Pearce, ele sempre será lembrado como o personagem que foi utilizado para descontruir o Mandarim (Ben Kingsley), um dos vilões mais famosos já criados pela Marvel e principal inimigo do Homem de Ferro. É certo que o diretor e roteirista Shane Black (Dois Caras Legais) veio disposto a surpreender em Homem de Ferro 3; porém, sua ousadia dividiu a plateia e prejudicou as chances de Killian subir em nosso ranking - isso e o fato de que o vilão cospe fogo ocasionalmente.
14) JUSTIN HAMMER
Muito antes de ganhar um Oscar por sua fenomenal performance em Três Anúncios para um Crime, Sam Rockwell era aquele ator que estava sempre entregando ótimos trabalhos em produções independentes ou assumindo com habilidade papéis geralmente pequenos e/ou secundários em blockbusters, como no caso de Homem de Ferro 2. Apesar de não dar vida ao principal antagonista do longa de Jon Favreau, Rockwell simplesmente rouba a cena em todas as ocasiões que pode fazer isso como Justin Hammer, o concorrente oportunista de Tony Stark que se aproveita do momento de fraqueza do inventor para vender armas para o governo estadunidense. Pretensioso, inescrupuloso, ganancioso e malandro, Hammer é tudo que o protagonista da trama não é - e isso faz com que Homem de Ferro 2 ganhe uma camada de comicidade e leveza firme o suficiente para não permitir que o longa saia por completo dos trilhos.
13) ULYSSES KLAUE
Quem disse que um vilão não pode ser odioso, maléfico e, ainda assim, extremamente divertido de se assistir ainda não viu a performance completa do talentoso Andy Serkis - o papa da captura de movimentos - como o Ulysses Klaue do Universo Cinematográfico Marvel. Brevemente apresentado em Vingadores: Era de Ultron, o vilão ganha uma oportunidade de ouro de brilhar em Pantera Negra, assumindo o papel de um forte antagonista do Rei de Wakanda, T'Challa (Chadwick Boseman). Violento mercenário e bandido de alta categoria, Klaue teria mais destaque em nossa lista caso o posto de principal vilão do longa de Ryan Coogler não fosse de outro icônico personagem; mesmo assim, o traficante belga/sulafricano é uma verdadeira ameaça nas mãos de Serkis, que introduz diversas nuances inesperadas e vilanescas a um inimigo que, caso interpretado por um ator menos hábil, poderia não passar de um mero criminoso organizado homicida.
12) HELMUT ZEMO
Helmut Zemo, ou o Barão Zemo (Daniel Brühl), é provavelmente o vilão mais peculiar de toda esta lista, o diferentão desta compilação de malvados do UCM. Ele não entra em confronto direto com nenhum herói ou membro dos Vingadores; não é um alienígena homicida; não é cartunesco, fantasioso e/ou exagerado; não tem motivações monetárias; não tem habilidades mágicas; não quer conquistar poder; não odeia toda a humanidade; e, acima de tudo, não deseja destruir o mundo ou a galáxia. A força motriz de Zemo para se tornar um antagonista é sua busca por vingança contra os atos inconsequentes dos Vingadores em Era de Ultron, quando os Maiores Heróis da Terra acabaram destruindo Sokovia e sua população - incluindo os familiares de Zemo - no processo de derrotar Ultron (James Spader). O plano do Barão é simples, ainda que sua execução seja um tanto quanto complexa e ilógica: colocar o Homem de Ferro e o Capitão América em lados opostos de uma imensa batalha entre os Vingadores e esperar que o circo pegue fogo e que os heróis, eventualmente, se matem. Aparentemente frio e calculista, Zemo é na verdade um homem repleto de mágoas, angústias e ódio - e o panorama emocional do personagem dá material suficiente para que Brühl entregue um trabalho formidável em seus poucos minutos de tela em Capitão América: Guerra Civil.