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    Oscar 2018: Equipe de Últimos Homens em Aleppo, indicado a Melhor Documentário, é impedida de ir à cerimônia

    Donald Trump proíbe a entrada de sírios nos Estados Unidos.

    Em 2017, o diretor iraniano Asghar Farhadi foi impedido de comparecer à cerimônia do Oscar - da qual O Apartamento, seu filme, saiu vencedor do troféu de Melhor Filme Estrangeiro - por causa do impedimento de entrada de muçulmanos nos Estados Unidos decretado pelo presidente Donald Trump. E um ano depois, a situação se repete: de acordo com informações do The Hollywood Reporter, parte da equipe de Últimos Homens em Aleppo, produção síria indicada ao prêmio de Melhor Documentário, também não poderá estar presente na grande noite da premiação da Academia.

    "Kareem Abeed, meu produtor e coindicado, não poderá vir aos Estados Unidos por causa da restrição de viagem imposta por Trump. A não ser por um milagre, Abeed não estará no Oscar comigo. Somos artistas e tudo o que queremos é compartilhar nossas histórias. É muito triste o fato de que ele não terá a oportunidade de compartilhar a dele", declarou o diretor Feras Fayyad, em entrevista ao The Hollywood Reporter. Além de Abeed, Mahmoud Al-Hattar também não poderá deixar a Síria; ele é um dos fundadores da Defesa Civil Síria, ou os "Capacetes Brancos", organização voluntária que tem como objetivo resgatar e salvar vidas de cidadãos sírios vitimados pela guerra civil local e que é o foco principal de Últimos Homens em Aleppo.

    Tanto Al-Hattar quanto Abeed estão aguardando a permissão do governo sírio para que eles possam viajar para a América do Norte; no entanto, segundo Fayyad - que também nasceu na Síria, mas reside nos Estados Unidos -, a administração de Bashar al-Assad vai embolar o meio-de-campo tanto quanto Donald Trump. De acordo com o realizador, o presidente da nação médio-oriental considera os Capacetes Brancos como uma organização terrorista e, portanto, dificilmente concederá vistos para Al-Hattar e Abeed. De qualquer forma, a equipe de Últimos Homens em Aleppo, por intermédio da Academia do Oscar, está tentando contornar o bloqueio imposto por Trump.

    Em entrevista exclusiva ao AdoroCinema, Fayyad, que foi preso por Assad por causa de seu filme anterior, declarou que decidiu rodar Últimos Homens em Aleppo para descobrir "o que significa ser uma pessoa na horrenda Guerra da Síria". O longa foi aclamado ao redor do mundo - 100% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes - e disputará o Oscar de Melhor Documentário ao lado de Visages, Villages, Abacus - Pequeno o Bastante para CondenarStrong Island e Ícaro. Os prêmios da Academia serão entregues no dia 4 de março - relembre a lista completa de indicados e acompanhe a cobertura do AdoroCinema!

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