Somando longas-metragens e curtas-metragens, o cinema brasileiro tem 12 representantes na 68º Berlinale - o mesmo número de 2017. A maioria das produções são documentários políticos e sociais:
Las Herederas (Competição oficial)
Como o AdoroCinema descreveu na página anterior, o único representante brasileiro na disputa pelo Urso de Ouro é esta coprodução com o Paraguai, Uruguai, Noruega, Alemanha e França. A história gira em torno de um casal de mulheres idosas e afortunadas, enfrentando pela primeira vez a crise financeira e a prisão de uma delas.
O Processo (Mostra Panorama)
O impeachment de Dilma Rousseff é retratado pela documentarista Maria Augusta Ramos na Mostra Panorama, a segunda mais prestigiosa da Berlinale após a competição oficial. A cineasta permaneceu meses nos bastidores do Congresso e do Palácio do Planalto. O resultado são imagens inéditas que permitem refletir sobre a corrupção e a crise política no Brasil.
Bixa Travesty (Mostra Panorama)
Os questionamentos da MC Linn da Quebrada são o tema deste documentário dirigido por Kiko Goiffman e Cláudia Priscilla. Os diretores retratam a condição de vida de uma artista negra e transexual nas periferias brasileiras, combinando imagens de arquivo, cenas de apresentação da personagem e momentos de interação com os amigos.
Tinta Bruta (Mostra Panorama)
A dupla Márcio Reolon e Filipe Matzembacher (Beira-Mar) retorna à Berlinale com este drama sobre sexualidade, afeto e solidão nos tempos contemporâneos. A história gira em torno de Pedro, acostumado às performances eróticas via webcam, com o corpo coberto de tinta neon. Quando descobre outra pessoa imitando suas apresentações na Internet, ele decide confrontá-la.
Aeroporto Central (Mostra Panorama)
No aeroporto abandonado Tempelhof, em Berlim, o diretor Karim Aïnouz passou um ano acompanhando a vida do sírio Ibrahim e do iraquiano Qutaiba, dois refugiados acolhidos neste imenso galpão. O documentário busca retratar a vida dos refugiados em geral, incluindo as dificuldades de comunicação, de inserção cultural e de legitimidade política.
Ex-Pajé (Mostra Panorama)
Luiz Bolognesi, co-roteirista de Como Nossos Pais, dirige este documentário sobre as transformações sociais e religiosas no Brasil. A figura central é o índio Perpera Suruí, antigo pajé de uma comunidade baseada na Amazônia, até conhecer o cristianismo e se converter em pastor evangélico. Mesmo assim, ele afirma ainda ter visões da natureza.
Unicórnio (Mostra Geração)
Depois de passar pelo festival do Rio, o drama dirigido por Eduardo Nunes será exigido na Mosta Geração, voltada especialmente às histórias de crianças e adolescentes. No caso, a trama apresenta Maria (Bárbara Luz), de 13 anos de idade, aprendendo o funcionamento da vida adulta quando o pai abandona a família. Patrícia Pillar, Zé Carlos Machado e Lee Taylor completam o elenco.
Eu Sou o Rio (Mostra Forum Expanded)
Selecionado para a mostra Fórum, voltada ao cinema experimental, este documentário de Gabraz Sanna e Anne Santos se concentra na figura do artista pluridisciplinar Tantão. Desde os anos 1980, ele é uma figura importante da cultura alternativa carioca, compondo canções politizadas, fazendo pinturas e performances.
La Cama (Mostra Forum)
A coprodução entre Brasil, Argentina, Alemanha e Holanda explora a dura e silenciosa ruptura de um casal em idade avançada, nus numa cama, percebendo que não compartilham nenhum sentimento um com o outro. Aos poucos, a câmera da cineasta Mónica Lairana percorre outros cômodos da casa e descobre indícios de um relacionamento que já foi feliz, muito tempo atrás.
Alma Bandida (Berlinale Shorts)
O curta-metragem de Marco Antônio Pereira aborda uma história de amor na periferia, quando um jovem rapaz decide fazer uma proposta de casamento à sua amada.
Russa (Berlinale Shorts)
O curta-metragem coproduzido com Portugal expõe a crise da especulação imobiliária e a pauperização das cidades, além do descaso do governo. Dirigido por João Salaviza e Ricardo Alves Jr.
Terremoto Santo (Berlinale Shorts)
Com direção de Barbara Wagner e Benjamin de Burca, o curta-metragem retrata a jovem comunidade evangélica rural brasileira, destacando apresentações musicais de artistas gospel.