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    Me Chame pelo seu Nome: Diretor comenta comparação com Moonlight na corrida do Oscar (Entrevista exclusiva)

    ‘A ideia de que alguém pode colocar os dois filmes na mesma prateleira me faz mais humilde do que me torna honrado’, diz Luca Guadagnino, que aparentemente não estava em um bom dia.

    Quando uma exposição artística que se propõe a abordar a diversidade sexual é cancelada após protestos nas redes sociais; juízes autorizam psicólogos a oferecerem a chamada “cura gay”; o atual vice-presidente da nação mais poderosa do Globo sanciona - na época em que era governador - lei que autoriza estabelecimentos a negar atendimento a gays, há indícios de que o mundo está se tornando mais conservador (não se trata de um juízo de valor aqui: são sintomas).

    No cinema não foi (é) diferente. Me Chame Pelo Seu Nome, drama que narra o romance entre dois homens (ou um homem e um adolescente, vividos por Armie Hammer e Timothée Chalamet, respectivamente), também foi alvo de “patrulha”. Em setembro, o ator James Woods (Garotas Malvadas), respondeu a um tweet que criticava as idades dos protagonistas da história (17 e 24 anos), escrevendo: "Eles silenciosamente eliminam as últimas barreiras da decência. #NAMBLA" (a hashtag faz referência a uma polêmica organização não governamental que defende o “ativismo pedófilo”).

    Apesar dos indicativos - e da temática do próprio filme -, o diretor italiano Luca Guadagnino (100 Escovadas Antes de Dormir) não concorda que a guinada conservadora seja “real” - e, claro, ele tem todo o direito à própria opinião. “No fim das contas, para mim, o problema não é se um país ou o mundo está se tornando conservador. A questão é se você consegue compreender o outro, se consegue ser aberto ao outro, se consegue acomodar sua alteridade, sem tentar mudá-lo ou assimilá-lo à sua cultura” (o que, a julgar pelo noticiário, não vem acontecendo, infelizmente).

    O cineasta embarcou de Nova York para o Rio de Janeiro, onde chegou na manhã do último dia 6 de setembro e engatou a agenda de entrevistas na parte da tarde para divulgar Call Me By Your Name (no original) no principal festival de cinema da cidade - o que talvez explique a “indisposição” do profissional - impressão compartilhada com outros membros da imprensa (veja a entrevista completa no vídeo acima).

    O pano de fundo gay e as críticas positivas - além das três indicações na última edição do Globo de Ouro (para os atores protagonistas e como melhor longa na categoria drama) - têm feito a mídia especializada apontar Me Chame... como “o próximo Moonlight” (vencedor?) na corrida do Oscar. “Encontrei Barry Jenkins [diretor de Moonlight] em uma festa em Nova York. É uma pessoa incrível. Adoro esse cara e a ideia de que alguém pode colocar os dois filmes na mesma prateleira me faz mais humilde do que me torna honrado”, disse, ao lado do produtor, brasileiro, Rodrigo Teixeira.

    Na entrevista ao AdoroCinema, eles ainda comentam a escolha do elenco, a duração do filme, a possibilidade de o Oscar vir “para o Brasil” e a quantas anda a refilmagem de Suspiria pelas mão de Luca. Ou não. Especialmente este último tema (o remake), definitivamente, não.

     

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