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    CCXP 2017: Um futuro otimista para o cinema de animação brasileiro

    Ótimo debate sobre um segmento em expansão.

    Pensa rápido: quantos longas-metragens de animação o cinema brasileiro já produziu em toda a sua história? A resposta, infelizmente, é apenas cinquenta.

    Na CCXP 2017, um painel organizado pela Associação Brasileira de Cinema de Animação (ABCA) trouxe dados esclarecedores sobre a trajetória deste segmento no país. Os convidados eram grandes conhecedores do assunto: César Cabral (Coala Filmes), Paulo Manuel de Souza e Luciana Egutti (ambos do Birdo Studio), Rosana Urbes (RR Animation Films) e Marcelo Marão (Marão Filmes).

    Os cinquenta longas produzidos até agora representam uma quantidade ínfima numa produção que tem fornecido mais de cem longas-metragens por ano. Os debatedores revelaram outros percalços no caminho: nosso primeiro filme de animação, o curta-metragem Kaiser (1917), se perdeu. O primeiro longa-metragem animado, Sinfonia Amazônica (1953), foi feito de modo totalmente artesanal por homem só, Anélio Latini Filho.

    As dificuldades persistiram até muito recentemente. De acordo com César Cabral, um dos únicos mercados para animadores costumava ser a publicidade, onde muitos deles desenvolveram as suas técnicas. Rosana Urbes encontrou outra saída ao trocar o Brasil pelos Estados Unidos, trabalhando para os estúdios Disney. De qualquer modo, praticamente não existiam editais para o cinema de animação na época, o que tornava a produção nacional inviável.

    Hoje, felizmente, os curtas-metragens ainda permitem a experimentação, e o mercado crescente de séries de televisão tem possibilitado a formação de novos profissionais da área. Marão fez um levantamento otimista: dos 50 longas produzidos até agora, metade foi lançada nas últimas décadas. Neste momento, temos 25 longas-metragens brasileiros de animação sendo produzidos, e o ano de 2017 quebrou nosso recorde histórico com oito animações lançadas.

    Além disso, podemos comemorar não apenas a quantidade, mas a qualidade: títulos como Uma História de Amor e Fúria (2013), O Menino e o Mundo (2014) e os recentes Lino - Uma Aventura de Sete Vidas (2017) e Historietas Assombradas (2017) comprovam a capacidade dos profissionais brasileiros em criar obras de alto nível a partir orçamentos reduzidos.

    Uma curiosidade lembrada por Marão: quando O Menino e o Mundo concorreu ao Oscar com Divertida Mente, a produção da Pixar tinha um orçamento 300 vezes maior que o adversário brasileiro. Imagina o que nossos profissionais poderiam fazer caso tivesse mais investimentos?

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