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    CCXP 2017: Painel discute as melhores "mulheres que chutaram bundas" no cinema e nas séries este ano

    Palmas para Moana, sinal vermelho para 13 Reasons Why.

    Enquanto muitos fãs assistiam aos grandes painéis do Auditório Cinemark, a CCXP 2017 também reservou discussões bem interessantes em auditórios paralelos.

    A tarde de sábado reuniu jovens artistas do mercado visual para debaterem a representação das mulheres no cinema, na televisão, nos quadrinhos e nos games. Como dizia o nome do painel, a intenção era discutir as "mulheres que chutam bundas" - adaptação do termo inglês women who kick ass, designando criadoras e personagens destemidas.

    Entre as convidadas estavam Anne Caroline Quiangala (Preta, Nerd & Burning Hell), Bárbara Rodrigues (Cuscuz Literário), Ursula Dorada (SulaMoon), Cinthia Fujii (Maternidade Sincera), Ana Cardoso (Black Ink) e Cris Peter (colorista da DC e Marvel).

    Séries

    Entre as séries de TV, o maior destaque para as debatedoras foi Star Trek: Discovery, liderado por uma personagem negra (Sonequa Martin-Green) com complexo desenvolvimento. Elementary também foi mencionado, pelo desenvolvimento da personagem de Lucy Liu nas últimas temporadas. O crossover entre SupergirlLegends of Tomorrow foi lembrado pelo romance entre Sara Lance e Alex Danvers, prova de que as mulheres nas séries podem ser donas de seus corpos e sua sexualidade.

    Outras séries levantaram ressalvas. Embora Eleven seja uma personagem querida em Stranger Things, as reviravoltas com a garota no sétimo episódio da segunda temporada pareceram forçadas de acordo com as convidadas, embora seja notável a vontade de incluir mais garotas nesta história. "Chega de Smurfettes", comentou Cinthia, em referência à síndrome da única garota num grupo de garotos.

    A série que realmente recebeu mais críticas foi 13 Reasons Why. Primeiro, por ter como "vilã" uma mulher asiática e lésbica, algo interpretado como depreciativo para a comunidade LGBT. Segundo, por expor a depressão e o suicídio "sem preparar o público", sem usar a história como maneira de alertar o espectador aos gatilhos que poderiam desencadear uma tragédia. Mesmo assim, Ana Cardoso lembrou de casos de pessoas próximas para quem a série contribuiu a compreender melhor os próprios sintomas de depressão.

    Filmes

    Um filme aclamado pelas convidadas foi Moana - Um Mar de Aventuras, por mostrar uma protagonista feminina forte, corajosa, que não precisa de um romance para se desenvolver. Este filme seria superior a Frozen - Uma Aventura Congelante no que diz respeito à representatividade feminina.

    A Incrível Jessica James foi citada por Anne Caroline Quiangala. Embora o filme não seja excelente, na opinião dela, tem méritos por colocar os conflitos de uma jovem mulher negra como foco central. A grande crítica veio a Liga da Justiça: apesar de as artistas aprovarem a personagem da Mulher-Maravilha, não gostaram de como os diretores homens filmaram o corpo feminino.

    "Só as mulheres repararam na cena da bunda da Mulher-Maravilha", ressaltou Ursula Dorada, despertando aplausos da plateia. De fato, desde o lançamento do filme, diversas mulheres se posicionaram contra o olhar de Zack SnyderJoss Whedon ao corpo da heroína nesta produção, ao contrário do que tinha acontecido no filme solo da Mulher-Maravilha, dirigido por Patty Jenkins.

    A mediadora Cris Peter ainda fez um lembrete importante: é necessário exigir uma presença cada vez maior de mulheres não apenas como protagonistas dos filmes, mas também atrás das câmeras, em todas as funções técnicas e criativas.

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