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    Invisível: Depois do sucesso em Cannes, argentino Pablo Giorgelli conta como "se anulou" em seu segundo longa (Entrevista exclusiva)

    Um retrato da solidão adolescente. E sem Ricardo Darín.

    Reza a lenda que, para um filme argentino ser lançado no Brasil, ou ele tem que ser uma coprodução com o nosso país ou ter o Ricardo Darín no elenco. Em cartaz nos cinemas nacionais, Invisível se insere na primeira categoria. Até porque nem poderia fazer parte da segunda.

    Centrado na figura de Ely (Mora Arenillas), o segundo longa de Pablo Giorgelli conta a história de uma adolescente de 17 anos (sorry, Darín!) que se vê numa situação embaraçada. Grávida de um homem mais velho, ela não tem certeza se quer ter o filho ou não. E estamos falando de um país onde, assim como no Brasil, a prática do aborto é ilegal.

    "Mas eu diria que o filme é sobre a adolescência, o desamparo e a solidão e a busca pela identidade durante uma etapa tão difícil da vida", contextualiza o cineasta. "O tema da gravidez apareceu um pouco depois, com a questão da maternidade, da relação com a mãe dela".

    Lançado no prestigiado Festival de Veneza, o longa tem um ponto em comum com o filme de estreia de Giorgelli, Las Acacias, vencedor do prêmio "Caméra d'Or" no Festival de Cannes: o tangenciamento da maternidade. Tecnicamente, no entanto, o barato dele foi outro. "Em Las Acacias, me permiti algumas questões mais 'de filme' [estilo], algumas coisas de ficção. Invisível, não. É um pouco mais seco".

    Seco, econômico, com poucos diálogos, sem trilha sonora. "Um dos maiores desafios foi fazer com que meu trabalho como diretor passasse quase despercebido. Eu não existo. Eu sou Ely", justifica.

    Aprovado pela crítica do AdoroCinema, Invisible (no original) também foi bem recebido lá fora, até pelos veículos norte-americanos, "que às vezes pensam que estes filmes são silenciosos demais ou lentos", ele atesta (Para o The Hollywood Reporter, por exemplo, trata-se de "Um estudo compassivo e crítico da solidão adolescente").

    E sem Ricardo Darín.

     

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