Terra Selvagem, filme estrelado por Elizabeth Olsen e Jeremy Renner, vai retirar o nome da companhia The Weinstein Company dos créditos. A medida vem após o escândalo envolvendo Harvey Weinstein, poderoso produtor de Hollywood, acusado de décadas de assédio sexual e estupro.
A produção, que estreou nos cinemas americanos em agosto, vai retirar qualquer menção a Weinstein de sua versão em home video, lançada através da Lionsgate, do lançamento de streaming pela Netflix e de exibições para a temporada de premiações.
Terra Selvagem rendeu o prêmio de Melhor Direção para o novato Taylor Sheridan na mostra Un Certain Regard, no Festival de Cannes 2017, e almeja indicações ao Academy Awards. Para tanto, está sendo organizada uma pesada campanha para o Oscar, que será totalmente financiada pela Acacia Entertainment, uma entidade que é apoiada pelas tribos Tunica-Biloxi e contribuiu para grande parte do orçamento de US$ 10 milhões do filme.
Além do fato de que o nome de Weinstein associado a Terra Selvagem possivelmente minasse as chances da produção nas premiações, a relevância entre o filme e os recentes eventos que assolaram Hollywood é impressionante. O diretor e roteirista Taylor Sheridan escreveu um suspense que coloca sob os holofotes o estupro e a exploração de nativas americanas em reservas.
Seria uma cruel ironia o fato de que o filme foi lançado por uma empresa cujo líder se tornou um paria global quando uma lista longa e crescente de mulheres descreveu em detalhes suas tentativas de estupro e agressões sexuais?
Terra Selvagem tem lançamento no Brasil previsto para o dia 2 de novembro. O AdoroCinema conversou com Sheridan, Olsen e Renner no Festival de Cannes, em breve você confere as entrevistas aqui no site.
