O Universo Marvel Cinematográfico é a franquia de maior sucesso da história do cinema, com mais de US$ 12 milhões arrecadados nos cinemas ao longo de quase 10 anos e 16 lançamentos. Apesar de desfrutar de uma boa aceitação dos fãs e de uma recepção eventalmente empolgada da imprensa especializada, costumava-se apontar a falta de desenvolvimento dos vilões como um ponto fraco das produções do estúdio. Até Kevin Feige, manda-chuva da Marvel Studios, já assumiu que esta é, de fato, uma característica dos filmes que produz.
Recentemente, com a adição de Peter Parker ao MCU (sigla para Marvel Cinematic Universe), o vilão Abutre foi um dos primeiros antagonistas da franquia a receber elogios da crítica desde o Loki interpretado por Tom Hiddleston. Se Homem-Aranha: De Volta ao Lar representou uma boa surpresa nas representações dos adversários dos heróis no Universo Marvel, a aposta do estúdio é que Thor: Ragnarok repita a dose.
O longa-metragem conta com a duplamente oscarizada Cate Blanchett como a vilã Hela, personagem criada por Stan Lee e Jack Kirby nos quadrinhos da Marvel com inspiração na deusa do Reino dos Mortos da mitologia nórdica. Em entrevista para o jornal LA Times, a atriz de O Curioso Caso de Benjamin Button e Elizabeth numerou os três motivos que a fizeram integrar o MCU. "A) Era o Taika Waititi [na direção do filme], B) É a Deusa da Morte e C) Nunca tivemos uma vilã feminina no universo da Marvel nos cinemas", disse.
Blanchett será a primeira vilã principal em um filme do MCU, que já contou com antagonistas femininas com uma participação secundária nas tramas, como Maya Hansen (Rebecca Hall) e Ellen Brandt (Stephanie Szostak), de Homem de Ferro 3, a Nebula (Karen Gillan), do primeiro Guardiões da Galáxia, e Ayesha (Elizabeth Debicki), de Guardiões da Galáxia Vol. 2.
Hall já afirmou em entrevistas que seu papel em Homem de Ferro 3 foi sumariamente diminuído no enredo do filme durante as filmagens do longa-metragem. Shane Black, diretor do filme, chegou a dizer que a Marvel vetou que Maya Hansen fosse a antagonista principal do filme porque, supostamente, o público não compraria produtos de uma vilã mulher.
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Blanchett comentou ainda que as filmagens foram um desafio para ela pois ela questionava como poderia capturar o tom certo que a temida antagonista precisa. A composição visual de sua personagem também inclui os chifres/"galhos" que Hela ostenta. "O adereço na cabeça é uma parte fundamental de quem ela se torna quando chega ao auge de seus poderes no filme", contou Blanchett, que disse que só precisou usar os chifres durante uma sessão de fotos na qual pôde "imaginar como era ser uma rena". Nas imagens vistas durante o longa-metragem, os chifres foram inseridos durante a pós-produção.
Na mesma matéria, a LA Weekly ouviu o diretor Taika Waititi, que também interpretou a criatura Korg no filme. O personagem originalmente faz parte do arco das HQs Planeta Hulk, que influenciaram a trama de Thor: Ragnarok. "Você precisa entender que Taika Waititi, o ator, é uma pessoa ótima para se trabalhar", disse o diretor, antes de avaliar seus esforços cênicos e explicar como conciliou as duas funções durante as filmagens.
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"Quando o diretor Taika Waititi cruza com alguém assm, parece correto dar um pouco mais de tempo para o ator mostrar o que é capaz. Fiz isso e minha teoria estava correta. Eu estava, ele estava bem. Como ator, eu valorizo bastante o diretor Taika Waititi, que foi muito generoso em me dar alguns takes a mais do que deu para todas as outras pessoas e realmente me deixou mostrar o que posso fazer."
Thor: Ragnarok traz Chris Hemsworth (Thor), Mark Ruffalo (Hulk), Tom Hiddleston (Loki), Tessa Thompson (Valkyrie) e Anthony Hopkins (Odin) no elenco. A estreia no Brasil está marcada para o dia 26 de outubro.
