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    Jim Carrey homenageia Jerry Lewis em obituário: "Ele é parte da minha maquiagem"

    "As pessoas podem detratar Jerry como alguém que se fazia de bobo. Mas existe algo sobre o bobo: Ele não é um idiota. A coragem e a liberdade do bobo nos liberta."

    Rob Kim / Getty Images

    Jim Carrey falou sobre a forma como Jerry Lewis, gênio da comédia morto aos 91 anos de idade no último domingo (20), influenciou seu trabalho como ator e humorista em um obituário escrito para a revista Time.

    O astro de Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças (2004) afirmou que, desde sua infância, sentia ter uma "conexão psíquica" com o ícone da comédia americana. Em seu relato, Carrey mencionou que, "aos seis ou sete anos de idade", ele tinha um pressentimento que um filme de Lewis estava passando na televisão e esse sentimento o motivava a ligar o aparelho e constatar que produções como A Barbada do Biruta (1953) ou A Farra dos Malandros (1953) eram transmitidas naquele momento.

    "Desde que eu me entendo por gente, sempre fui atraído pelo total senso de liberdade no trabalho de Jerry. Eu mesmo nunca fui muito ligado no mundo real e eu amo a ideia de rebelião contra a realidade", escreveu. "Em sua comédia, Jerry viria a esticar tanto os limites da realidade que isso era um ato de anarquia...Eu achei isso libertador."

    Carrey disse que Lewis representa para ele o que Chuck Berry representou para Jimi Hendrix e que "todo artista é alimentado pelas pessoas que vieram antes dele". Apesar de se preocupar de dizer que não tentou imitar a carreira de seu ídolo, o astro de O Máskara (1994) disse que Lewis faz parte de sua "maquiagem" como ator. "Sua liberdade e desrespeito pela norma estão no meu trabalho."

    Rob Kim / Getty Images

    No obituário, o ator dedica uma boa parte de seu tempo para relatar suas memórias da festa de aniversário de 90 anos de Jerry Lewis, realizada na cidade de Nova York em abril do ano passado. Ele afirma que ter recebido um convite para a celebração foi um dos pontos mais altos de sua vida e se recorda de ter sentado na mesma mesa que o aniversariante e Robert De Niro, que atuou com Lewis em O Rei da Comédia (1982), de Martin Scorsese.

    Antes do evento, Carrey e Lewis tinham conversado apenas por telefone. No primeiro encontro cara-a-cara dos dois, Carrey lembrou de uma piada que Lewis contou anos antes quando um jornalista disse ver similaridades no trabalho de ambos. "Ele disse que definitivamente via a influência dele em mim e que ele pode ter, de fato, f*dido a minha mãe décadas atrás. Quando eu repeti a piada para ele, ele gargalhou. Isso realmente o surpreendeu. Eu acho que ele tinha esquecido que tinha dito isso."

    Durante o evento, Carrey foi convidado a discursar e, mesmo sem ter preparado nada, mencionou as diversas conquistas da carreira do homenageado. Ao final, pediu um brinde para as pessoas que subestimaram Jerry na infância pois, em sua visão, "são aqueles que não estão satisfeitos com quem somos que nos levam à grandeza".

    "As pessoas podem detratar Jerry como alguém que se fazia de bobo. Mas existe algo sobre o bobo: Ele não é um idiota. A coragem e a liberdade do bobo nos liberta. O bobo conta a verdade enquanto faz piada com nossa arrogância e nossas ideias convencionais. Ele nos mostra quem nos somos e foi isso que Jerry fez. Ele foi uma bênção."

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