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    A história e a evolução da franquia Planeta dos Macacos

    A obra literária aclamada que virou um produto multimídia milionário e segue inovando 50 anos depois de fundar o cinema contemporâneo.

    Planeta dos Macacos: A Guerra estreia quase 50 anos após a primeira adaptação cinematográfica da franquia — que foi uma façanha, que é um marco na sétima arte. Ciente disso, o diretor e roteirista Matt Reeves conclui a nova trilogia com respeito à complexidade simbólica do livro original e ao caráter inovador do longa-metragem de 1968. Conheça essa grande história:

    La Planète des Singes

    A obra original foi publicada em 1963 pelo escritor Pierre Boulle — um francês que aliou a aplicação científica de engenheiro à vivência humana de um veterano de guerra para se provar um analista social e romancista singular, especialmente por seu trabalho no livro "O Planeta dos Macacos". A história futurista acompanha Jinn e Phillys, um casal em lua de mel no espaço que encontra uma garrafa com um manuscrito dentro, assinada pelo protagonista da trama: Ulysse Mérou.

    Jornalista encarregado de cobrir uma expedição intergaláctica, Ulysse viaja com o Professor Antelle e o médico Levain rumo ao sistema do sol vermelho Betelgeuse, capaz de abrigar vida humana. A aventura científica só é possível devido à invenção de uma espaçonave que atinge velocidade próxima à da luz, o que representa um enorme sacrifício para o trio: devido à dilatação temporal, a viagem terá a duração de dois anos a bordo e três séculos e meio no tempo da Terra.

    A tese do Professor Antelle estava correta e o destino apresenta condições muito semelhantes às do planeta Terra, e por isso ganha o nome de Soror (do latim "irmã"). Seus habitantes também possuem aspectos reconhecíveis, porém denotam o absurdo: os humanos agem como primatas; os macacos possuem uma sociedade estruturada e são predadores do homem.

    Soror, o "Planeta dos Macacos", se divide entre chimpanzés intelectuais, gorilas violentos e uma classe que rege a sociedade: a dos orangotangos, arrogantes. Assim, enquanto os chimpanzés estudam Ulysse e se encantam com sua inteligência, os orangotangos se recusam a aceitar que os humanos são seres pensantes — pois vai de encontro com sua filosofia, sua religião. Ulysse é enfim desacreditado quando os macacos descobrem que ele é da mesma espécie de Nova, a selvagem por quem o protagonista se apaixona e a que engravida em sua chegada ao planeta.

    O preconceito da raça símia contra os humanos decorre de um passado oculto: o planeta era dominado pelo homem, que construiu uma sociedade altamente tecnológica e escravizou os macacos a trabalhos manuais penosos. Os humanos foram se tornando cada vez mais dependentes dos símios, até atingir o estágio de inabillidade em que Ulysse os encontra. Os macacos tomam o poder.

    Ulysse representa, portanto, uma ameaça ao "Planeta dos Macacos". O cientista orangotango dr. Zaius defende que a raça humana seja exterminada, mas o protagonista embarca na espaçonave do Professor Antelle e foge de Soror com Nova e o filho recém-nascido. Ele regressa à Terra 700 anos depois de sua partida e, ao chegar em Paris, descobre que seu planeta também foi dominado por macacos inteligentes.

    Nesse momento, Ulysse retorna ao espaço, escreve a sua história, encerra o manuscrito numa garrafa e atira o objeto no universo, na esperança de que alguém o encontre. O livro então retorna ao casal que encontrou a garrafa, Jinn e Phillys, que se revelam... macacos! Descrentes, eles zombam da possibilidade da raça humana já ter sido avançada e trata a história de Ulysse como piada.

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