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    Christopher Nolan queria filmar Dunkirk sem roteiro

    Abordagem radical.

    Christopher Nolan é conhecido por escrever grandiosos roteiros não-lineares dentro da embalagem de grandes blockbusters, como é o caso dos complexos A Origem e Interestelar. Mas, em Dunkirk, o cineasta queria dar mais um passo à frente em sua ousada abordagem narrativa. Além de tirar o máximo proveito de seu domínio da linguagem cinematográfica e do minimalismo da trama, o realizador pensou em produzir seu filme de guerra sem um roteiro.

    "Cheguei em um ponto [de estudo] em que entendia perfeitamente o escopo, o movimento e a história que eu queria que o filme abordasse, porque é uma geografia simples. Não queria um roteiro. Queria mostrar as coisas. Queria encenar e filmar. Sinto que dominei a forma [de filmes como Interestelar]. Mas Emma [Thomas, esposa e produtora de Nolan] olhou para mim como se eu estivesse louco e logo percebi que a ideia de filmar sem roteiro não iria funcionar", declarou o realizador durante uma entrevista conduzida por seu irmão, o roteirista Jonathan Nolan (Westworld).

    Com apenas 76 páginas (o longa tem 106 minutos de duração, ou 1h40, e cada página de roteiro equivale aproximadamente a um minuto de filme), o curto script de Dunkirk poderia muito bem ter sido adaptado para uma produção sem diálogos. De fato, alguns dos melhores momentos da obra se dão quando Nolan foca mais na técnica em questão, estruturando as cenas e a temporalidade da trama com grande desenvoltura cinematográfica. Além do mais, a não utilização de roteiros é uma prática antiga no cinema de ficção; grandes cineastas como Jean-Luc Godard e John Cassavetes já lançaram mão desta abordagem e, mais recentemente, diretores independentes como Joe Swanberg e Drake Doremus também filmaram na base do improviso.

    E você, o que acha da ideia que Nolan abandonou? Dunkirk seria melhor como um filme mudo ou os diálogos são importantes para o resultado final? Coestrelado por Tom Hardy, Mark Rylance e Harry Styles, Dunkirk — eleito sexto melhor trabalho do diretor no top10 do AdoroCinema — está em cartaz nos cinemas brasileiros.

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