Conhecido por seu estilo intenso e pelos filmes violentos e sombrios, o premiado cineasta sul-coreano Kim Ki-Duk pode ter ultrapassado os limites em seus métodos de direção. Uma atriz, que não quis se identificar, prestou queixa de agressão contra o diretor. Segundo a intérprete, o realizador a agrediu física e verbalmente durante as filmagens de Moebius, em 2013. Além disso, ela também afirmou que Ki-Duk a obrigou a improvisar uma cena de sexo contra sua vontade.
O porta-voz da procuradoria do distrito central de Seul declarou que um inquérito foi iniciado, mas não forneceu maiores informações sobre o andamento da ação. Ahn Byung-ho, representante do Sindicato de Atores da Coreia do Sul, afirmou que a atriz deixou as filmagens imediatamente, sendo logo substituída por outra intérprete, e que reportou o ocorrido recentemente, após anos de sofrimento psicológico.
Segundo o The Hollywood Reporter, um dos produtores associados a Ki-Duk declarou que um tapa realmente foi desferido, mas que era parte da instrução para uma cena de uma forte briga entre um casal. O cineasta emitiu um comunicado através de sua produtora: "Como isso já faz quatro anos, não tenho nenhuma lembrança precisa do que aconteceu, mas o ocorrido se passou em um momento onde eu estava tentando explicar como tornar sua interpretação mais real. De qualquer forma, isto se passou em um momento em que eu me concentrava, enquanto diretor, sobre a forma de reforçar a credibilidade do filme. Não foi pessoal".
Moebius é um suspense que gira em torno de uma relação incestuosa e chegou a ter sua exibição proibida na Coreia do Sul. No entanto, o prestígio do diretor, ganhador do Leão de Ouro em Veneza por Pieta, acabou influenciando na decisão final e a apresentação do longa foi liberada — após o corte de cenas consideradas polêmicas.
O Ministério Público da Coreia do Sul está investigando o caso.