Clint Eastwood é um cineasta de estilo clássico. Aprendiz de Don Siegel, o ator tornou-se diretor ainda na década de 1970, comandando Perversa Paixão. Ele não costuma recorrer a efeitos de câmera ou de montagem elaborados e seus filmes são simples e diretos ao ponto. Além disso, de lá para cá, Eastwood se acostumou a dirigir atores e atrizes de renome como Morgan Freeman, Meryl Streep, Sean Penn e Tom Hanks. Entretanto, para o seu próximo filme, o realizador decidiu adotar um caminho mais experimental. Em The 15:17 to Paris, Eastwood comandará os novatos Anthony Sadler, Alek Skarlatos e Spencer Stone interpretando... eles mesmos.
Baseado no livro homônimo, The 15:17 to Paris acompanhará os passos de Sadler, Skarlatos e Stone, três amigos que impediram os planos terroristas de Ayoub El-Khazzani, membro do ISIS que tinha o objetivo de matar mais de 500 pessoas. Apesar de estar armado com um fuzil AK-47, uma faca e munição o suficiente para matar todos os passageiros a bordo, os heróis conseguiram interromper o ataque. Segundo o The Hollywood Reporter, uma grande busca foi realizada para escalar os protagonistas e a Warner chegou a concordar com três das opções apresentadas, mas Eastwood acabou tomando a decisão de utilizar os próprios soldados como eles mesmos.
Essa aborgadem não é nova ou incomum na história do cinema. Na década de 1940, diretores pertencentes ao movimento do Neorrealismo Italiano - como Roberto Rossellini, Vittorio de Sica e Luchino Visconti - escalaram não-atores nos papéis principais de suas obras para aproximar a sétima arte da realidade italiana do pós-Segunda Guerra. Na verdade, o próprio Eastwood já trabalhou com não-atores anteriormente: a maior parte do elenco de Gran Torino é formada por não-profissionais.
Eastwood ainda não deu detalhes de como será a preparação de Sadler, Skarlatos e Stone, mas os três novatos terão a ajuda das atrizes Jenna Fischer (The Office) e Judy Greer (Homem-Formiga). Das duas últimas vezes em que Eastwood adaptou uma história real para os cinemas (Sniper Americano e Sully), o cineasta encontrou um sucesso estrondoso nas bilheterias. Será que ele consegue repetir o feito novamente? Saberemos a resposta assim que The 15:17 to Paris chegar aos cinemas. Ainda não há previsão de estreia.