Minha conta
    Cine PE 2017: Daniel Aragão ataca produtores de O Jardim das Aflições por não prestar contas aos doadores do filme

    Josias Teófilo não comentou a acusação, criticou boicote ao seu filme e agradeceu aos incentivadores de sua carreira, como o diretor Kléber Mendonça Filho e o crítico Luiz Joaquim.

    A estreia de O Jardim das Aflições no Cine PE 2017 teve uma noite de glória no cinema São Luiz, em Recife. Fora dele, dos Estados Unidos, um de seus realizadores denunciava problemas de produção desde o dia anterior. O diretor de fotografia Daniel Aragão usou o Facebook para divulgar os custos do documentário, realizando uma prestação de contas que tem sido motivo de briga com o diretor Josias Teófilo e o produtor Matheus Bazzo.

    "Já que os produtores do Jardim das Aflições NÃO fizeram a prestação de contas do filme para seus doadores, então, eu resolvi fazer o serviço por eles (mais uma vez)", publicou o cineasta, questionando onde foram parar mais de 180 mil reais que "sobraram" dos custos do filme, realizado por financiamento coletivo. "É uma questão de honra falar para todos que apoiaram quais foram os custos reais para o filme acontecer. Se eu fui capaz de denunciar tantos comunistas que mamam nas tetas do estado, porque ficar calado desta vez?", Aragão disparou.

    Lana Pinho

    Daniel Aragão foi além e, em outras postagens, publicou conversas com Josias Teófilo como prova de que o jovem cineasta só queria ganhar dinheiro e obter "garantias no establishment da direita". Os ataques duros incomodaram o diretor de O Jardim das Aflições, que, em entrevista exclusiva ao AdoroCinema, preferiu não comentar o assunto — apenas insinuando que houve gastos posteriores não revelados pelo ex-parceiro. Sobre os protestos de cineastas contra o seu filme, ele falou abertamente, fazendo críticas e ressalvas positivas sobre a repercussão do caso.

    "Foi uma brutalidade tremenda, né? Uma atitude hostil, de censura. Mas agora eu já vejo isso tudo como parte da história do filme. Isso tudo foi importante pro filme", ponderou Josias, levantando bandeira branca aos seus detratores: "E eu estou disposto ao diálogo com as pessoas. Quero que elas vejam o meu filme, eu quero ver os filmes delas, e debater a partir do que são os filmes, não de supostas posições políticas. Porque não existe obra de arte de direita. Se é de direita ou de esquerda, é uma peça retórica, não uma peça poética", ele disse.

    Josias Teófilo agradeceu ao diretor Kléber Mendonça Filho (O Som ao Redor), que, apesar do posicionamento político extremamente contrário (ele e sua equipe protestaram a favor de Dilma Rousseff no lançamento de Aquarius em Cannes 2016), foi importante no início de sua carreira, emprestando a câmera para realização de seu primeiro curta-metragem. Ele também revelou gratidão pelo jornalista Luiz Joaquim, lamentando que ele tenha renunciado à homenagem do Cine PE 2017 por seus 20 anos de crítica por suposta pressão do meio cinematográfico.

    O AdoroCinema viajou a convite da organização do evento. 

    facebook Tweet
    Links relacionados
    Comentários
    Back to Top