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    Atômica: Diretor fala sobre trabalho com Charlize Theron e futuro de John Wick (Entrevista exclusiva)

    O AdoroCinema conversou com o diretor David Leitch. Ação com Charlize Theron e James McAvoy chega aos cinemas no dia 3 de agosto.

    Alberto E. Rodriguez/Getty Images

    Após uma carreira bem sucedida como dublê, no qual o auge foi substituir Brad Pitt em cenas de ação de cinco de seus filmes, David Leitch fez sua estreia na direção em 2014, com a sensação De Volta ao Jogo. Estrelado por Keanu Reeves, o longa conquistou público e crítica e ganhou a continuação John Wick - Um Novo Dia para Matar, que, no entanto, contou apenas com a produção de Leitch.

    O cineasta deixou a direção da continuação para se dedicar exclusivamente à Atômica, nova ação estrelada por Charlize Theron. O AdoroCinema conversou com exclusividade com o diretor David Leitch, que já está escalado para um grande filme na sequência: Deadpool 2.

    Atômica estreia no dia 3 de agosto de 2017, nos cinemas brasileiros.

    Atômica parece ser um filme de intenso, sexy, com cenas incríveis de ação. Como você descreveria o filme?

    Eu descreveria como o oposto do filme de espionagem de Guerra Fria que seu pai gosta de ver. É como uma mistura de cultura pop e um filme de ficção punk-rock.

    Depois de Mad Max, todos nós sabemos que a Charlize trabalha bem nos filmes de ação e ela parece muito mais hardcore aqui. Como foi o processo de achar a sua loira Atômica e de trabalhar com ela?

    Ela é uma atriz incrível e, honestamente, foi uma das pessoas mais comprometidas com quem já trabalhei. Ela dá 110% de si. Ela fez um treinamento vigoroso, por três meses, de quatro a cinco dias por semana, por três horas, sabe? Ela se dá, ela não desiste. Eu acho que foi incrível trabalhar com ela. Eu acho que em comparação com Mad Max, ela teve muito mais cenas de luta corporal nesse filme. E há muitas cenas de luta, que são complicadas e exaustivas, e, na verdade, eu não teria conseguido fazer isso com a maioria das atrizes.

    Falando em cenas de luta, vocês tem algumas ótimas cenas de ação sem cortes, é algo realmente notável. O que é a coisa mais importante ao criar uma cena de ação para você?

    Eu acho que, por conta da minha experiência trabalhando com outros diretores, ajudando-os a criar a ação no filme deles, quando posso dirigir o meu próprio filme isso se torna divertido, porque posso colocar em prática as ideias que tenho guardado há um tempo. Porém, sobre criar uma boa cena de ação, existem muitas coisas a serem levadas em consideração. A primeira coisa é que tem que ter um grande talento, depois você tem que treiná-lo para saber a sensibilidade das mudanças que vai causar, para que possa maximizar todos os seus momentos. Então, a Charlize realmente ajudou. O que quero dizer é que ela fez um treinamento, ela realmente aprendeu coreografias. E quando penso que eu acabo achando oportunidades de transformar isso em peças interessantes, sabe dar aos personagens esses problemas para resolver durante a ação, para garantir que quando você está criando uma cena de ação, que realmente esteja contando uma história, que esteja avançando com a história ou fazendo os personagens avançarem. Essas cenas se tornam mais memoráveis, porque os resultados importam, ao contrário de explodir coisas sem motivo.

    Existem diferenças ao abordar um personagem principal masculino ou feminino num filme assim?

    Eu espero que não. É engraçado, nós discutimos isso, sabe? Não se trata de ser masculino ou feminino, é apenas um ótimo filme de ação. É engraçado as pessoas fazerem essa pergunta, mas eu não sei. Nós vivemos numa cultura em que fazer isso pode parecer, de alguma forma, uma provocação. É interessante. 

    Eu sei que se passam em épocas diferentes, mas já que o Keanu Reeves não envelhece, nós podemos sonhar com um crossover de John Wick e da Atômica?

    (Risos) Eu acho que sim, se tivesse uma máquina do tempo, talvez em John Wick 4 ou 5, nós o colocássemos numa máquina do tempo para voltar aos anos 1980. Mas então, é claro que existem sensibilidades em comum nos filmes. Eu fui parte criativa dos dois, e eles fizeram certas coisas que são parte de mim, que são expressas nas coisas que eu faço, logo, você pode ver as similaridades. Mas talvez, talvez… Ou então, algumas participações deles (Keanu e Charlize) com personagens diferentes nos filmes, quem sabe?

    Sim, seria ótimo. Bem, você produziu o segundo John Wick. Existe alguma conversa sobre um terceiro filme? E para onde você vê o personagem indo no futuro?

    Eu falei com Chad Stahelski na semana passada sobre isso e ele já está trabalhando pessado em John Wick 3. Não entrei em detalhes, mas penso que teremos John seguindo sua jornada para se libertar de seu passado. Não tenho muitas informações, mas estou muito animado para ver aonde eles vão com o personagem.

    Você fará Deadpool em seguida. Você pode falar o que está preparando para fazer do segundo filme o mesmo sucesso do primeiro?

    Estou desenvolvendo o filme agora e acho que este é o desafio. Como fazer desse filme especial? O primeiro foi tão amado e teve tanto sucesso, com esse personagem que ressoou entre o público. E uma história de romance que funcionou, as cenas de ação que eram interessantes… Então tem muitas coisas para superar, mas eu acho que temos uma ótima equipe e um ótimo time trabalhando nisso, e estamos perto de fazer este tão válido quanto o primeiro filme e talvez expandir o suficiente para que os fãs fiquem animados para o terceiro filme.

    A trilha sonora parece ser algo muito importante em Atômica e também é um dos elementos do primeiro Deadpool. Como você vê a importância da música em seus filmes?

    Essa é uma das razões pelas quais eu amo Deadpool. Eu acho que a trilha faz parte do DNA do filme. Não existe nenhuma forma de você retirar as músicas de Atômica sem prejudicar a experiência. Tudo é planejado desde o início, faz parte da experiência de cultura pop que eu queria compartilhar com a audiência. Música para mim, como artista, é algo muito importante, quase como uma inspiração pro visual que busco. E terão muitas músicas em Deadpool 2 também, não vamos fugir disso. As músicas sempre serão grande parte de meus filmes, e eu acho que elas devem ser mesmo.

    Por que você escolheu o título Atômica ao invés do nome da HQ original, "The Coldest City"?

    Eu acho que existem vários motivos para isso ter acontecido. No fim das contas, acho que buscamos algo mais universal que se afastou um pouco no material original que serviu de fonte e passou a ser um pouco mais uma mistura de cultura pop. Além disso, a Charlize entregou uma personagem icônica e nós queríamos ter certeza de que a personagem fosse o foco da história. Então pensamos que Loira Atômica seria um pouco mais representativo do quão divertido e provocativo o filme era. 

    Crédito foto de abertura: Alberto E. Rodriguez/Getty Images

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