Minha conta
    Logan: Dublê conta como foi trabalhar e apanhar de Hugh Jackman nos primeiros filmes dos X-Men

    Kevin Rushton lembra a dor e o cansaço das filmagens com nostalgia — em grande parte, devido ao companheirismo do eterno Wolverine.

    Kevin Rushton passou maus bocados nas gravações de X-Men - O Filme com Hugh Jackman. Pedras nos rins, punhos inchados, estafa... Em bom português, o popular, comeu o pão que o diabo amassou. Mas lembra com nostalgia os tempos de dublê no primeiro filme dos mutantes. Anos depois, ao reencontrar o ator australiano em X-Men - O Confronto Final, veio o ponto alto de sua carreira como dublê, pelo reconhecimento e carinho do humilde protagonista.

    A declaração de Kevin Rushton (concedida ao THR) exige sua reprodução na íntegra. Os bastidores de um filme, o trabalho duro das gravações, sua impressão do diretor Bryan Singer... Enfim, seu relato é riquíssimo. Especialmente em como revela o grande colega de trabalho que é Hugh Jackman — astro que, definitivamente, deixará saudade nos fãs após Logan. Pela paixão com que encara a sua arte e pelo modo como reconhece aos que o ajudam em seu ofício. Confira:

    Foram cinco ou seis testes. A cena seria, originalmente, muito maior, com seis ou oito dublês de bandidos na luta com Wolverine. Aí foi diminuindo, diminuindo... Eles cortaram para apenas um cara com ele na jaula. No dia do teste final, eu tinha pedras nos rins. Eu sentia muita dor, pensei "Talvez eu não consiga".

    Uma semana ou duas depois, estou no set em Toronto, lutando com Hugh Jackman. Éramos eu e ele o tempo todo. Ele não tinha dublê nessas cenas. Ficamos muito doloridos. Nossas mãos incharam de maneira louca. Havia um ponto em que nossas mãos colidiam — e nossas mãos ficaram do tamanho de balões ao final.

    Foram longos dias.

    Quando fomos para a cena no bar, foi quando começamos a adicionar as garras. Estavamos ali há 15 horas, tentando terminar aquela única sequência, em que ele me prende contra a estaca, mostra suas garras pela primeira vez e então corta a arma ao meio.

    Lembro do diretor Bryan Singer; nós o chamávamos de Deus. Ele tinha seu microfone e nós o ouvíamos pelos auto-falantes. Nós não o víamos muito frequentemente. Às vezes, ele saía e a gente percebia que ele era aquele cara pequeno, aquele garoto. Enquanto filmávamos as lutas, ele gritava "Bate mais forte! Bate nele um pouco mais forte! Quero que suas mãos explodam!"

    É difícil manter a compostura, ou feliz, durante longos dias — o que é a outra coisa que eu descobri quando estive com Hugh. Ele estava simplesmente feliz durante todo o tempo. Ele treinou realmente pesado pra isso. Foi um de seus primeiros filmes. Eu o vi cinco anos depois, quando fizemos X-Men - O Confronto Final. Eu pensei "Caramba, você não para nunca!". Ele era enorme.

    Para O Confronto Final, estávamos em Vancouver ele disse "Ei, eu conheço você!", e me deu um abraço. Ele era uma grande estrela à ocasião, mas a mesma pessoa que eu conhecera em Toronto pela primeira vez que percorremos cada minuto de nossa luta.

    Eu trabalhei em O Confronto Final por quase dois meses, e ele foi simplesmente um cavalheiro com todo mundo. Enfrentamos longas noites, longas horas e um clima terrível — e ele nunca deixou de ser a pessoa legal do primeiro dia. Foi o auge pra mim em 30 anos [de carreira].

    Em meu último dia no primeiro X-Men, ele assinou uma foto autografada para o meu filho. Ele disse: "Espero ver você novamente." E isso acabou acontecendo. Ele me deu outra em O Confronto Final. Detestei pedir por elas, mas as consegui. Meus filhos as adoram.

     

    facebook Tweet
    Links relacionados
    Comentários
    Back to Top