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    Logan: Hugh Jackman admite que teve medo de ser encarado como intérprete de um personagem só (Entrevista Exclusiva)

    Se despedindo do papel de Wolverine, ator ainda conta por que era tão importante para ele fazer um filme adulto dessa vez; e que conselho ele (na verdade, Patrick Stewart) deu para a jovem intérprete da X-23.

    Hugh Jackman chegou na manhã de domingo, 19, a São Paulo, num voo direto de Berlim, onde havia apresentado a estreia mundial de Logan, fora de competição no mais prestigiado festival de cinema alemão, na sexta anterior.

    Não que o ator tenha espremido seus 1,88m de altura entre o vácuo de uma poltrona e outra da classe econômica do avião, mas a disposição para emendar uma coletiva de imprensa com entrevistas individuais, sem nem mesmo parar para o almoço, parecia uma espécie de poder mutante do eterno intérprete do Wolverine.

    Teria ele tomado o “líquido verde” que o personagem usa no filme para dar um levante no moral? Ou seria a força do “pingado” brasileiro que ele experimentou – e até fez um vídeo em seu perfil no Instagram – assim que desembarcou na capital paulista?

    Mauricio Santana

    O fato é que, profissional, Jackman era só sorrisos ao atender a imprensa em sua despedida do papel que interpretou ao longo de 17 anos – e nove filmes, contando com esse. “Não acho que poderia ter interpretado esse papel há cinco anos. Isso tem a ver como eu me entendo, como entendo a natureza humana e as temáticas do filme como a família, a intimidade, o arrependimento e todas essas coisas. Talvez eu só tivesse que envelhecer”, revela, em entrevista ao AdoroCinema. E brinca: “Aliás, nem sempre preciso de 17 anos para entender um personagem. Talvez eu consiga fazer isso mais rápido da próxima vez”.

    Amargurado, desesperançoso, envelhecido. O que se vê na tela é o desgaste de Logan ter sido Wolverine por tantos anos (o filme se passa em 2029) – num nítido contraste com a jovialidade do ator de 48 anos. Mas será que Jackman enxerga algum “efeito colateral” na própria carreira depois de tamanha dedicação ao personagem? Embora acredite que a maioria dos reveses foi "boa", ele admite que sim: “Houve uma época, há uns seis ou sete anos, em que senti que o sucesso desse personagem estava limitando minhas oportunidades. Eu era visto por muitas pessoas, e quando digo pessoas, quero dizer diretores, como 'o ator de Wolverine'”.

    “Não sei o que aconteceu, se foi o Oscar [ele indicado por Os Miseráveis, em 2013] ou o teatro, mas logo tive a incrível oportunidade de trabalhar com vários diretores diferentes como Darren Aronofsky, Christopher Nolan, Woody Allen, Baz Luhrmann, Denis Villeneuve”, completa, provando por a + b (+ c + d + ...) que a carreira deu certo.

    Mauricio Santana

    Na entrevista, Hugh Jackman ainda conta por que ele e o diretor de Logan, James Mangold, queriam tanto fazer um filme para adultos (“Você não pode realmente entender essa raiva e nem o peso de ser quem ele é a não ser que você veja e sinta essa violência”); e revela o conselho que ele deu para a jovem Dafne Keen, que interpreta a surpreendente X-23, um dos destaques do filme (leia na crítica). Bom, pelo menos a recomendação que Patrick Stewart fez à menina de 11 anos.

    Confira, em breve, a segunda parte da entrevista.

    Logan estreia em 2 de março nos cinemas brasileiros.

    O AdoroCinema viajou a convite da Fox Film do Brasil.

     

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