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    Produtor de Polícia Federal - A Lei É para Todos comenta as polêmicas envolvendo os bastidores do filme sobre a Lava Jato (Entrevista Exclusiva)

    Financiamento, ameaças e teorias da conspiração na conversa com Tomislav Blazic.

    Já é consenso que a política nacional, sobretudo pelas turbulências dos últimos anos, virou história de cinema – série ou mesmo novela. Um capítulo importante dessa narrativa será contado em forma de filme. Polícia Federal - A Lei É para Todos pretende abordar os bastidores da operação Lava Jato, considerada pela própria corporação como a maior ação de combate à corrupção no país.

    Aliás, em três filmes, que serão lançados em 2017, 2018 e 2019, segundo o produtor e "porta-voz" da franquia, Tomislav Blazic contou em entrevista ao AdoroCinema durante as filmagens do longa em um hotel no centro do Rio de Janeiro na noite da última quinta-feira. A equipe do diretor Marcelo Antunez (Até que A Sorte Nos Separe 3) filmava uma das cenas iniciais da produção, a prisão do doleiro Alberto Youssef (interpretado por Roberto Birindelli), ato que acabou se tornando o estopim da Lava Jato.

    Polícia Federal tem previsão de estreia em julho, envolto em polêmicas a respeito do financiamento da obra, ameaças e teorias da conspiração. A última delas dava conta de que o empresário Eike Batista – preso por suspeita de pagar propina ao ex-governador do Rio, Sérgio Cabral – seria um dos investidores do filme. O produtor faz questão de dizer que não há dinheiro público envolvido no longa, orçado em R$ 14,8 milhões, mas também não revela os nomes das empresas/ pessoas financiadoras, o que alimenta os boatos.

    “Juntamos inúmeros investidores. Esses contratos são contratos que a gente não pode divulgar. Tem [cláusula de] confidencialidade. Todos são obrigados a assinar a cláusula de compliance em relação a corrupção. Nenhum deles pode estar envolvido com absolutamente nada dos fatos que estão acontecendo”, explica Tomislav.

    O “segredo”, segundo ele, foi uma opção da equipe do filme. “Tivemos que trabalhar com os advogados para entender, diante do quadro de riscos que, de certa forma, esse projeto apresenta”. “Eu estaria envolvendo aqueles que estão dando apoio para gente em situações desagradáveis que vão estar acusando Fulano ou Beltrano”, afirma, garantindo que alguns deles até gostariam de ser mencionados. E, não, Eike Batista não é um deles, segundo o produtor. “Graças a Deus”, comemora.

    Depois de filmar em Curitiba, em novembro, o filme deveria emendar as locações no Rio de Janeiro, mas a produção foi suspensa e Tomislav chegou a dizer que foi “ameaçado” na ocasião. O realizador garante que a pausa foi estratégica e que as tais ameaças não foram tão graves quanto seria de se supor. “Evidentemente, quando você sai para algum lugar, [há] os radicais que te xingam e a turma que te aplaude”.

    Com 2h10min de duração previstas, “o que não é uma normalidade no cinema nacional”, Blazic destaca, a primeira parte da trilogia ia até a 19ª fase da operação, mas acabou se estendendo até 24ª, terminado (spoiler?) na tentativa da ex-presidente Dilma Rousseff nomear Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da Casa Civil e, consequentemente, na condução coercitiva do ex-mandatário.

    Enquanto é sabido que Ary Fontoura irá interpretar Lula, quem vai viver Dilma? “A princípio, não teria a participação de nenhum ator em relação à Dilma. Só os áudios, efetivamente, que já são públicos”, mas ele cogita escalar alguém para o papel.

    Confira a entrevista completa no vídeo, na qual Tomislav Blazic também comenta como a morte de Domingos Montagner influenciou a escalação do ator que dará vida ao juiz Sérgio Moro.

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