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    John Carpenter quer que neonazistas e antissemitas parem de deturpar Eles Vivem

    Diretor de 68 anos, ícone do cinema de terror, classificou interpretações conspiracionistas com "uma calúnia".

    Ícone do cinema de terror, o diretor John Carpenter usou o Twitter para defender a mensagem de um de seus filmes mais cultuados, o alegórico longa-metragem de ação, horror e sci-fi Eles Vivem, que tem sido deturpado por neonazistas e antissemitas.

    "Eles Vivem é sobre yuppies e capitalismo desenfreado. Não tem nada a ver com judeus controlando o mundo, o que é uma calúnia e uma mentira", disse o diretor, dando a óbvia explicação para o enredo do longa-metragem lançado em 1988.

    Com o ator e lutador Roddy Piper no papel principal, o filme acompanha a história de John Nada, um homem pacato da classe trabalhadora que descobre que o mundo é controlado por uma raça de alienígenas que domina os meios de comunicação e espalha mensagens subliminares em toda parte. Através de um óculos especial, Nada consegue observar a realidade que as pessoas comuns não enxergam. Onde há um outdoor promovendo um produto, Nada enxerga apenas "OBEY" ("OBEDEÇA"), por exemplo.

    Baseado no conto "Eight O’Clock in the Morning", publicado por Ray Nelson em 1963, Eles Vivem é uma crítica ao consumismo nos Estados Unidos da Era Ronald Reagan, marcada por políticas econômicas que resultaram em mais gastos públicos e mais desigualdade entre ricos e pobres.

    "Muitos dos ideais que eu acreditava estavam sob ameaça [durante aquele período]. Os yuppies surgiram e eles só queriam dinheiro. Então, no final dos anos 80 eu fiquei farto disso e decidi que tinha que tinha que lançar um manifesto, por mais bobo e banal que possa ser, mas eu fiz um e foi Eles Vivem. Eu amei ter dado o dedo do meio para Reagan quando ninguém mais faria isso", disse o cineasta no ano passado durante uma convenção de filmes de terror.

    De acordo com o site Spin, desde o final da década passada Eles Vivem tem se consolidado entre fóruns da internet dedicados a extremistas de direita, conspiracionistas e supremacistas brancos americanos como algo que eles erroneamente interpretam como uma mensagem sobre um suposto controle mundial por parte de uma elite de judeus. Basta navegar pelas respostas aos tweet de Carpenter para encontrar uma série de publicações antissemitas, incluindo um meme que sugere que a "tradução" ideal para o tweet de Carpenter seria "Eles vivem é sobre o domínio do mundo pelos judeus".

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