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    Exclusivo: Olga Kurylenko exalta a originalidade da comédia de humor negro Um Dia Perfeito

    Atriz ucraniana estrela ao lado de Benicio Del Toro e Tim Robbins o pequeno grande filme de guerra sem guerra.

    Um Dia Perfeito é uma comédia estranha — e ótima! Com a cara do cineasta espanhol Fernando León de Aranoa: um filme independente que usa da ironia para criticar (ora sutilmente, ora em caricatura) problemas da sociedade. O tema em questão é o fim de uma guerra nos Balcãs, nos anos 90, centrado em pessoas que querem, mas não conseguem ajudar quem sofre as consequências de um conflito armado.

    Olga Kurylenko (Oblivion, 007 - Quantum of Solace) conhece bem esse cenário. A atriz e modelo ucraniana viveu uma infância difícil no turbulento Leste Europeu. Hoje, se destaca como uma filantropa que arrecada milhões para dar um conforto a crianças nessas terríveis condições. Porém, ela admite que não foi exatamente isso que atraiu-a para Um Dia Perfeito.

    Em entrevista exclusiva ao AdoroCinema, Olga Kurylenko destaca Um Dia Perfeito como um passo fora da curva em sua carreira. Elogia o grande elenco estrelado por Benicio Del Toro e Tim Robbins, relembra bons momentos no set, ressalta a importância de se trabalhar com um cineasta único e define o filme como uma comédia de humor negro com uma ideia ótima, divertida e original — qualidades que têm tudo para também conquistar o público. Confira!

    Um Dia Perfeito (?)

    "O filme é uma comédia de humor negro que mostra como situações ridículas são reais e viram obstáculos para pessoas que tentam ajudar o mundo no dia a dia. Essas pessoas são da ajuda humanitária e têm de fazer tudo sozinhas. Elas precisam lidar com a burocracia e outras coisas desnecessárias, que só atrapalham. Seria muito mais fácil se as pessoas ajudassem e pronto, sem ter que pedir permissão. Às vezes, é simplesmente impossível ser a boa pessoa que desejamos ser. O tema é esse, e é muito bom. O filme tem piadas muito interessantes e um roteiro muito inteligente."

    Katya, a burocrata

    "Ela é do tipo que vive para incomodar e interferir no trabalho dos outros. Nada a ver com as personagens positivas que eu costumo interpretar. Ela não é a mocinha, está ali somente para destruir. E isso é muito legal, pois eu não ligo se a personagem é principal, linda, glamurosa... Eu busco coisas interessantes. Se a personagem for bem escrita, tiver uma boa história, será divertido.

    Por isso é tão legal quando os homens [no filme] brincam com a beleza dela. Ela nem liga pra isso, faz coisas bobas... Ela faz xixi na frente de todo mundo! [Risos.] E isso acontece de um modo não constrangedor, divertido... Eu ri muito de mim mesma. É tão raro eu ser chamada para fazer comédias, então eu só curti. Eu aproveitei muito a oportunidade."

    Escolha: um novo rumo

    "Eu não costumo buscar particularidades da minha vida real [ao escolher papéis]. A escolha tende a se basear no personagem como um todo. Muitas vezes o personagem é o completo oposto de mim, e justamente esse se torna o grande motivo para eu interpretá-lo. Então, o interesse vem da profundidade, da riqueza do personagem. Esse em particular me interessou por ser tão diferente de mim. Katya não é protagonista, há outros quatro ou cinco personagens, mas todos são importantes. Pra mim, foi como um novo capítulo na minha carreira."

    Fernando León de Aranoa, o diretor

    "Eu fiquei muito impressionada com ele como artista. Fernando é bem minucioso, trabalha sem correria, sem estresse... E conversa muito. Ele gosta de debater tudo. Ele tomava mais ou menos meia hora antes de começar a filmar, explicando o que estava acontecendo [no roteiro], por que estava acontecendo... Algumas pessoas gostam de ir direto ao ponto, ele, não. Nós tivemos uma semana inteira, antes do início das filmagens, para ler o roteiro. Isso foi importante para dar voz a todos os personagens. Ele é muito sutil. Sem falar muito sobre o filme, foi por isso que ele conseguiu trabalhar o tema da guerra num contexto geral, por ângulos mais amplos, não em close. É como uma grande reportagem, com muitos personagens em cena enriquecendo o cenário. É um olhar bem diferente, não um modo tradicional de se contar uma história."

    Tim, Benicio e um ótimo clima nas filmagens

    "Foi muito divertido trabalhar com eles. Eles faziam piada o tempo todo; essa é a melhor parte de atuar em comédias. E ambos são ótimos, cada um à sua maneira. Principalmente Tim, acho que ele era o mais engraçado do elenco. O menino (Eldar Residovic) também era ótimo. Um doce, me pedia pra ser sua segunda mãe. Mas a coisa mais engraçada das filmagens aconteceu comigo.

    Tem uma cena no filme em que a Katya está no carro, dormindo, e de repente uma vaca aparece na janela. Na primeira vez que gravamos a cena, eu gritei tão alto que a vaca enlouqueceu! Ninguém falou pra vaca que eu ia dar um berro, aí ela saiu correndo. A gente teve que buscar a vaca, mas quando ela voltou, estava tão apavorada que não quis mais fazer o caminho até a janela. [Risos.] Foi engraçado. Aterrorizei o pobre animal."

    Mundo em guerra

    "O que eu tenho a dizer é igual ao que toda pessoa normal deseja: paz! Paz para todos! O mundo está caindo aos pedaços! O mundo é assim há muito tempo, mas, infelizmente, agora vemos isso em todas as partes. Algo de muito sério acontece e, infelizmente, isso está além das minhas forças. É muito triste. Eu me sinto inútil, e nem consigo pensar no que precisa ser feito. Acho que nem se todos os políticos do mundo se unissem, eles saberiam fazer algo a respeito, pois a situação é cada vez pior."

    Um Dia Perfeito estreia amanhã nos cinemas brasileiros. Leia a crítica do AdoroCinema e confira o trailer:

     

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