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    Caça-Fantasmas: Kate McKinnon defende personagem de Leslie Jones de crítica de racismo: ‘Ela é o Chandler Bing’ (exclusivo)

    Em entrevista via Skype, atriz diz que papel da colega negra é o mais nobre do filme, que seria o de representar a audiência.

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    Abby Yates (Melissa McCarthy), branca, cientista; Erin Gilbert (Kristen Wiig), branca, cientista; Jillian Holtzmann (Kate McKinnon), branca, cientista; Patty Tolan (Leslie Jones), negra, funcionária do metrô. Esse é o novo quarteto que, a partir desta quinta-feira, 14, assume nos cinemas o posto de as novas Caça-Fantasmas.

    Em coletiva de imprensa para um pequeno grupo de jornalistas na tarde da última segunda-feira, no escritório da Sony, em São Paulo, Jones, McKinnon e o diretor do reboot, Paul Feig, comentaram sobre uma possível interpretação preconceituosa (racial) da concepção da personagem de Leslie (por que somente a negra não é pesquisadora?)

    Chandler Bing.

    Getty Images

    Quem saiu em defesa da miga foi Kate, enquanto Leslie abaixava a cabeça em sinal de enfado: “Leslie já respondeu a essa questão algumas vezes, então, eu vou responder por ela... eu sei o que ela vai dizer. Nem todo mundo tem que ser cientista, alguém tem que estar lá para representar a audiência, e o que a pessoa comum pode pensar daquela situação. Tudo que ela diz é muito engraçado porque é o que você, como membro da plateia, já está pensando dessas três loucas. Ela nos coloca dentro desse universo e acho que esse é o papel mais importante, ela é o Chandler Bing [famoso personagem de Matthew Perry, de Friends] se você achar melhor”. “E, se você não acha que isso é nobre, é problema seu”, conclui a loira.

    Paul, por sua vez, justificou: “Eu escalo as pessoas para os papeis em que acho que elas serão mais engraçadas. E, conhecendo a Leslie, achei que esse seria o papel em que ela ia destruir e fazer as pessoas morrerem de ir. Para mim, essa é a única motivação”.

    Na berlinda, Leslie se limitou a responder: “E, na verdade, não é ruim trabalhar para o metrô”. No fim, concluiu, em tom de ironia: “Eu vou interpretar uma cientista no meu próximo filme”.

    Go, bitch, go!

    Getty Images

    As duas, aliás, se mostraram muito afinadas também nos bastidores. Kate, por exemplo, teve que decorar um sem número de palavras e expressões complicadas que dão nome às armas que a personagem que ela interpreta inventa na trama, mas a atriz garante que o apoio de Leslie foi fundamental: “Eu não sabia o que os nomes significavam e tive que memorizar, e a Leslie me ajudou. Ele é uma ótima técnica. Sempre que eu esquecia algum [nome], ela dizia: ‘Vai, desgraçada, vai!’” (tradução livre para “Go, bitch, go!”).

    Influenciando uma nova geração.

    A despeito das críticas que o filme recebeu de usuários da internet – o primeiro trailer quebrou recordes de “dislikes” no Youtube, superando o de “likes” – Paul garantiu que teve o apoio de 95% do público.

    “Algumas pessoas tiveram uma preocupação legítima [com o novo projeto]. E tudo bem”, ele acredita. Mas disse ter ficado impressionado como “Uma minoria ínfima de vozes feias, de alguma forma, polui todo o restante”.

    “Eu recebi fotos de garotinhas que fizeram seus próprios uniformes de caça-fantasmas”, revela o diretor.

    Chris ‘loira burra’ Hemsworth.

    Feig também foi questionado se a escalação de Chris Hemsworth para o papel de Kevin, o secretário das caça-fantasmas que não prima pela... inteligência, seria uma vingança da figura da “loira burra”, estereótipo feminino explorado pelo cinema desde os tempos de Merlin Marilyn Monroe, pelo menos. E o cineasta revelou que a escolha do ator foi quase acidental.

    Divulgação

    “Vingança é uma palavra forte. Inicialmente, pensamos em contratar um comediante para o papel e, então, meu agente, que é o mesmo agente dele, disse que o Chris estava interessado em uma participação no Caça-Fantasmas e eu pensei: ‘se o Chris pudesse fazer o papel do recepcionista seria a melhor coisa’, e ele concordou em fazê-lo. E eu sabia que ele era divertido, mas não tinha percebido que poderia ser hilário até ele aparecer no set. E ele improvisou bastante – todas as piadas que você no filme”.

    Leslie concorda: “Ele é um cara muito engraçado. Quando vai ao [programa humorístico] 'Saturday Night Live', fica, tipo, aberto. E isso é o que, para mim, faz um grande comediante: manter os diálogos em aberto”.

    “Ele é um anjo”, se derrete McKinnon. “Um anjo muito sexy”, suspira Jones.

    Confira aqui a crítica do filme. E abaixo o trailer:

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