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    A Rocha, de Michael Bay, inspirou Reino Unido na invasão ao Iraque

    Relatório aponta que tecnologia extraída do filme de ficção serviu como pretexto para o ataque britânico.

    Passados muitos anos da invasão dos Estados Unidos e do Reino Unido ao Iraque, foi divulgado o relatório Chilcot, destinado a investigar as motivações britânicas nos eventos de 2003.

    Algumas conclusões são esperadas - o relatório sugere que o primeiro-ministro Tony Blair exagerou nas ameaças árabes para justificar o ataque ao inimigo. Mas a explicação da suposta ameaça surpreende ao se inspirar diretamente no cinema: Sir John Chilcot sugere que o serviço de inteligência britânico utilizou trechos do filme de ação A Rocha, de Michael Bay, para descrever uma falsa tecnologia iraquiana.

    Para quem não lembra, o filme de 1995 gira em torno do uso de armas químicas. Nicolas Cage interpreta um especialista no assunto, encarregado de interromper uma ameaça iminente: o ex-marinheiro interpretado por Ed Harris se apoderou de foguetes contendo gás nocivo, e ameaça a população de São Francisco. Para atingir seus objetivos, um antigo prisioneiro (Sean Connery), único que conseguiu fugir de Alcatraz, deve ajudá-lo a entrar no local e abortar os planos.

    Várias cenas do filme trazem Nicolas Cage manipulando pequenas esferas de vidro verdes, contendo o perigoso gás XV.

    Em 2002, o Reino Unido afirmou num comunicado que uma "nova fonte" com "acesso fenomenal" aos planos iraquianos teria descoberto um complexo plano envolvendo armas químicas. De acordo com a fonte citada, os iraquianos estariam usando gazes nocivos dentro de "pequenas esferas de vidro", apesar de o material ser extremamente raro em armas químicas.

    O relatório aponta que o próprio MI6 percebeu as semelhanças com A Rocha: "Um filme popular havia mostrado de maneira errônea o gás nocivo sendo carregado em esferas de vidro". Ou seja, o motivo da invasão ao Iraque seria tão absurdo que o MI6 teria inventado uma tecnologia inexistente, extraída de um filme de ação, para justificar o ataque que gerou milhares de mortes de civis e militares.

    Quando a invasão já havia ocorrido, o Reino Unido foi obrigado a se retratar, explicando que as informações eram falsas. Mas quando grandes nações dotadas de poder militar se inspiram na mente de Michael Bay para iniciar guerras, o mundo pode ficar bastante preocupado.

     

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