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    Cine Ceará 2016: Diretor Wolney Oliveira conta como driblou a crise para fazer mais um grande festival

    A elogiada curadoria da mostra cearense investiu numa seleção mais enxuta e em novas joias do cinema nacional.

    A cidade de Fortaleza recebe amanhã um dos melhores festivais de cinema do Brasil: o Cine Ceará. O prestígio do evento atingiu o ápice em sua edição passada, quando filmes que concorreram em Cannes (Jauja), Locarno (Cavalo Dinheiro) e Berlim (O Clube) se juntaram a uma lista de longas-metragens com pouca vitrine, mas muita qualidade. Mérito de um grande trabalho de curadoria, que teve de se aprimorar em 2016 por conta de um fantasma que assola o país: a crise.

    "A captação foi difícil por causa da crise", conta o diretor do Cine Ceará, Wolney Oliveira, em entrevista exclusiva ao AdoroCinema: "Cortamos não só a quantidade de filmes, como diminuímos o número de convidados", lamenta Wolney — que, apesar das dificuldades, tem motivos para comemorar. A organização do evento conseguiu manter a programação do 26º Cine Ceará com pequenas modificações, como baixar de oito para nove os filmes da mostra competitiva de longas-metragens.

    O cinema nacional, com issso, ganhou destaque no festival ibero-americano. "Um filme brasileiro que eu acho que vai ter uma repercussão importante é Menino 23. Um documentário bem interessante, que estreia no país", confia Wolney, que ainda cita Clarisse ou Alguma Coisa Sobre Nós Dois, de Petrus Cariry (Mãe e Filha), como "um filme de pegada muito forte e com uma das maiores aberturas do cinema brasileiro". O outro filme nacional na disputa é Maresia, com o talentoso e prolífico Júlio Andrade.

    Wolney Oliveira ainda ressalta a participação de filmes interessantes de outras nacionalidades. Ele lembra que o espanhol Avó teve uma carreira premiada em festivais menores; Clever deve chamar atenção do público com seu típico humor uruguaio; e Salsipuedes talvez seja o primeiro filme exibido no Brasil a explorar a realidade panamenha. O épico Epitáfio (México) e o docudrama Casa Blanca (Polônia, Cuba) completam a mostra competitiva de longas.

    O diretor comentou outro aspecto muito positivo do evento que se reflete na mostra brasileira de curtas-metragens: 82 dos 700 filmes inscritos foram produzidos no Ceará. A seleção final apresenta 14 curtas de 7 estados, sendo 4 as produções cearenses. É o festival comprovando a sua relevância no fomento à produção cinematográfica local. E mais do que isso: o festival é "o evento cultural que mais divulga o Ceará nacional e internacionalmente", garante Wolney.

    Viva o Cine Ceará! A partir de amanhã, no AdoroCinema, tudo sobre a 26ª edição do evento.

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