Na França para divulgar seu novo filme, Café Society, o veterano cineasta precisou falar sobre assuntos mais desconfortáveis depois de ter sido citado em uma piada envolvendo estupro pelo mestre de cerimônias da abertura do Festival de Cannes. No mesmo dia, o jornalista e ativista Ronan Farrow, filho do diretor com a atriz Mia Farrow, publicou um artigo no site The Hollywood Reporter criticando a organização de Cannes por ser complacente com as acusações de abuso sexual que o cineasta já recebeu.
No artigo no THR, Ronan volta a acusar Allen de ter abusado de sua irmã, Dylan, filha adotiva de Mia e Woody no começo da década de 1990. O crime teria ocorrido quando a menina tinha 7 anos de idade.
Ronan também aponta o dedo para os jornalistas e diz que o silêncio da imprensa "é perigoso" e "envia uma mensagem sobre quem somos como uma sociedade, sobre o que vamos fechar os olhos, o que vamos ignorar, o que conta e o que não conta."
Durante um almoço com jornalistas, Allen falou sobre as acusações levantadas pelo filho e tentou minimizar os efeitos que elas têm sobre ele. "Eu não falo sobre isso. Fiz a minha declaração há muito tempo no The New York Times, eles me deram bastante espaço para isso. A coisa toda é uma besteira muito grande. Não me incomoda. Não penso a respeito. Trabalho".
Na quarta-feira (11), o ator e humorista Laurent Lafitte fez uma piada sobre Woody Allen e sobre Roman Polanski durante a abertura do 69º Festival de Cannes. "É muito legal que você tenha rodado tantos filmes na Europa, mesmo que você não tenha sido condenado por estupro nos Estados Unidos", disse o comediante, dirigindo-se a Allen.
Em entrevista à revista Vanity Fair, Allen disse que não ligou para o comentário de Lafitte. "Eu sou completamente a favor de comediantes fazerem as piadas que eles quiserem. Eu não julgo e não censuro piadas. Sou um comediante e sinto que comediantes deveriam se sentir livres para fazerem as piadas que quiserem. Precisaria bem mais do que isso para me ofender".