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    15 filmes que dividiram a redação do AdoroCinema

    A gente nem sempre concorda uns com os outros quando o assunto é cinema. Conheça alguns filmes que já geraram muito debate na redação.

    6. Brooklin (2015)

    A favor: "Brooklin começa de forma simples, mas se transforma em um belo retrato sobre o amadurecimento. O triângulo amoroso da trama poderia facilmente cair no clichê de 'dois homens disputando o amor da mocinha', mas abrange uma discussão ainda maior. Representa aquele medo que todos nós temos na hora em que precisamos crescer e tomar decisões importantes de nossas vidas. O elenco é competente, com grande destaque para o trabalho de Saoirse Ronan, que traz simpatia em uma personagem que poderia ser considerada 'sem sal'. A reconstrução da década de 1950 é bela e eficaz - com destaque para os figurinos, que acompanham as mudanças da protagonista Ellis. Já o roteiro apresenta o drama do terceiro ato de forma ainda mais enfática do que o livro original, porém segue uma adaptação fiel aos personagens. Ou seja, Brooklin é só amor.", afirma Katiuscia Vianna.

    Contra: "Brooklin pode ser chamado de 'o filme da mulher obediente'. Afinal de contas, sua protagonista não toma qualquer decisão em relação à sua vida. É até compreensível que, por ser situado nos anos 1950, uma jovem de sua idade receba uma forte influência dos pais e da própria igreja, mas aqui a personagem de Saoirse Ronan abre mão até mesmo de pequenas decisões da vida cotidiana, como escolher um biquini ou comer macarrão. Tamanha subserviência é irritante, também pelo deserviço que traz em relação ao papel da mulher", explica Francisco Russo.

    7. Mommy (2014)

    A favor: "Um daqueles raros casos que, ao término da sessão, deixa um sorriso de satisfação e, por que não?, encantamento. Pela ousadia ao implementar uma proposta tão ambiciosa, e executá-la tão bem, e também pelo excelente trabalho apresentado pelo elenco. Um filme impactante, com um baita soco no estômago que incomoda, mas, ao mesmo tempo, fascina pela beleza com que é construído. Excelente filme, um dos melhores do ano", diz Francisco Russo. Leia a crítica completa.

    Contra: "Em 2012, Tarantino foi acusado de gostar muito de tudo que filma, por isso Django Livre tinha uma 'barriga' tão grande. Xavier Dolan padece desse mesmo mal, com a diferença de que o seu cinema é ruim. O resultado disso em Mommy é um filme cansativo, por finais que se acumulam sem necessidade. Mas o pior é ver o jovem diretor sabotar seus planos de multidimensionar personagens problemáticos ao afundá-los numa dramaturgia histérica. Nenhuma empatia sobrevive a dramalhões em tão altos decibéis", por Rodrigo Torres.

    8. Spotlight - Segredos Revelados (2016)

    A favor: "O discurso apaixonado da temporada de premiações acaba atrapalhando a compreensão e mesmo absorção de uma obra como Spotlight - Segredos Revelados. Se merece ou não levar o Oscar de Melhor Filme, pouco importa! O certo que se trata de um filme raro sobre jornalismo, que remete a clássicos como Todos os Homens do Presidente. De forma fria e estudada, o longa pega seu tema quente (pedofilia na igreja católica) e debate como se fosse uma matéria feita pela imprensa, pensada, estudada, sem grandes adjetivos. Hoje, estamos acostumados (e nos divertimos) com chamadas e matérias sensacionalistas de veículos como o Meia-Hora, então acabamos julgando como sem sentimento quando nos deparamos com reportagens (e consequentemente filmes) que privilegiam o lado investigativo. Uma trama envolvente e instigante, com um dos melhores elencos dos últimos tempos", justifica Lucas Salgado.

    Contra: "Spotlight é uma boa reconstituição de eventos e um péssimo filme. Muito pobre. A imagem seca, dura, nunca dialoga com a narrativa. A montagem, idem, nada acrescenta. A total falta de ritmo que isso gera tem como antídoto uma trilha sonora simplória, e insuportável. Mesmo o bom elenco é relegado a só interpretar o óbvio. "O triunfo do visível", diria Jean-Claude Carrière. E Tom McCarthy detesta a sugestão. Em prol do discurso, e tão somente, abre mão das possibilidades do cinema. Faz um não-cinema", ataca Rodrigo Torres.

    9. Boyhood - Da Infância à Juventude (2014)

    A favor: "Talvez este seja o filme mais importante do século XXI até agora. Primeiro, por que ele não é uma reafirmação da modernidade através de novas tecnologias, como de costume. Depois, porque seu tema é a matéria essencial do cinema: o próprio tempo. O marketing martelou muito o fato de ter sido feito ao longo de 12 anos. Isso é o de menos. O grande interesse do projeto é estipular uma duração sem saber o que aconteceria nos anos seguintes com os atores, com o garoto. É uma ficção com a liberdade de um documentário, forçada a se adaptar à realidade. A história se moldou ao tempo, por causa do tempo, adaptando-se à política, à personalidade introspectiva do protagonista. Este é um projeto ao mesmo tempo incrivelmente simples e complexo: com as imagens mais naturalistas, ele tem a ousadia reflexiva da melhor videoarte", explica Bruno Carmelo.

    Contra: "Boyhood - Da Infância à Juventude é um filme que não consegue ir além do dispositivo que o possibilitou. 'O menino Mason cresce diante das câmeras'. Ok e o que difere isso daqueles registros familiares que seu tio chato faz desde que comprou a TekPix? Nada, pois Richard Linklater, de maneira geral, não apresenta qualquer coisa minimamente interessante, relevante, memorável - salvo uma cena de Patricia Arquette, a meu ver o único momento realmente pulsante e verossímil (não seria esse o objetivo principal?) de todo o longa. É a linha do tempo sem vida de um menino com o qual não poderia me importar menos. Parabéns pelos 12 anos de perseverança. E só", ataca Taiani Mendes.

    10. A Teoria de Tudo (2015)

    A favor: "O roteiro (de Anthony McCarten) tinha tudo para ser um dramalhão daqueles (afinal, estamos falando de Hollywood), mas se converte em um retrato que, para além de fiel, é poético e (surpresa!) bem-humorado. Ao mesmo tempo em que A Teoria de Tudo é apresentando com leveza, o filme também não foge de polêmicas que poderiam chocar a audiência mais conservadora...", defende Renato Hermsdorff. Leia a crítica completa.

    Contra: "Numa comédia de Pedro Almodóvar, a apresentadora de um programa de televisão sensacionalista olha para a convidada e diz: 'Ela tem câncer. Aplausos!', e todos aplaudem. Este drama faz a mesma coisa com Stephen Hawking, transformando-o em herói por ter sofrido muito. O personagem sempre tem um sorriso no rosto e uma piadinha nos momentos mais difíceis, enquanto a esposa é um poço de dignidade e bondade. São figuras idealizadas, irreais, filmadas em fotografia absurdamente colorida. James Marsh parece ter passado todo o filme por filtros do Instagram", diz Bruno Carmelo.

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