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    Foi tudo verdade: 13 filmes que retratam os bastidores de reportagens investigativas

    Ficção. Mas com os dois pés na realidade.

    Alexei Novikov/ Dreamstime.com

    Há um ditado no meio jornalístico que diz que “notícia é algo que alguém não quer que você saiba. O resto é publicidade”. Afinal, quando um fato desagrada aos poderosos, quantas não são as forças que agem contra a veiculação da história?

    Nesta semana estreia no Brasil Conspiração e Poder – uma tradução genérica para o pouco vendável, porém mais impactante, título original Truth (simplesmente “verdade”) –, primeiro longa-metragem dirigido por James Vanderbilt (roteirista de filmes tão populares quanto díspares entre si, como Homem-Aranha, o primeiro do Sam Raimi e os demais de Marc Webb; Zodíaco; e o próximo Independence Day, O Ressurgimento).  

    O filme recria um episódio da parceria entre a produtora da CBS Mary Papes (papel de Cate Blanchett) e o famoso âncora Dan Rather (Robert Redford). Ela descobre uma suspeita de que o presidente George W. Bush foi um dos muitos jovens privilegiados que usou altos contatos para fugir do combate na Guerra do Vietnã. Ele, o medalhão do jornalismo da emissora, compra a denúncia. Mas... quantas não são as forças que agem contra veiculação da história?

    Lembramos abaixo e nas páginas a seguir 13 casos similares, de filmes que retratam os bastidores de reportagens investigativas. Tratam-se de ficções (em oposição ao gênero documental), que, como tal, assumem suas licenças em menor ou maior grau. Porém, com os dois pés na realidade.

    Spotlight – Segredos Revelados (2015)

    Pode-se dizer que Spotlight teve um final feliz, tanto para a equipe do jornal Boston Globe que apurou denúncias de pedofilia praticadas por sacerdotes católicos, quanto para os realizadores do filme, grande vencedor do Oscar 2016. Com o aval do novo chefe editorial, Marty Baron (papel de Liev Schreiber), os jornalistas Walter Robinson (Michael Keaton), Michael Rezendes (Mark Ruffalo), Sacha Pfeiffer (Rachel McAdams) e Matt Carroll (Brian d'Arcy James) montam um quebra-cabeças embaralhado pela burocracia a favor da toda-poderosa Igreja.

    Frost/ Nixon (2008)

    Em 1974, Richard Nixon renunciou à presidência dos Estados Unidos, depois que um jornalista do Washington Post denunciou a ligação entre a Casa Branca e o assalto ao edifício de Watergate, sede do partido Democrata, com o objetivo de colher informações sobre a campanha presidencial adversária, em 1972. Três anos após deixar o mais alto cargo do país, o agora ex-presidente concorda em ser entrevistado pelo jovem jornalista David Frost, a fim de esclarecer alguns pontos do caso. O político acreditava que seria fácil dobrar o apresentador. Não foi o que se viu na série de reportagens exibida ao longo de quatro noites. Um verdadeiro duelo, reencenado por Frank Langella (Nixon) e Michael Sheen (Frost), indicado a cinco prêmios Oscar.  

    O Informante (1999)

    Outro caso envolvendo o tradicional programa de TV “60 Minutes” – o mesmo de Conspiração e Poder. Em 1994, o ex-executivo da Brown & Williamson, empresa de comercialização de tabaco, denuncia ao jornalístico da rede CBS um esquema maquiavélico da companhia para aplicar aditivos químicos ao cigarro com o objetivo de acentuar ainda mais a dependência dos usuários - um fato aliás, de amplo conhecimento dentro da empresa. Acontece que os chefes do programa de TV dão para trás, com medo das possíveis retaliações jurídicas, e o profissional se acua. É aí que entra a figura do produtor Lowell Bergman (assumido por Al Pacino), que embarca na missão de convencer Wigand (Russell Crowe) a colocar a boca no trombone. Um filmaço de Michael Mann, que concorreu a sete Oscar.

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