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    Rede ABC quer mais liberdade criativa para as próximas cerimônias de entrega do Oscar

    O canal, que é da Disney, detém os direitos de transmissão do evento nos Estados Unidos.

    Getty Images/Kevin Winter

    A cerimônia da 88ª entrega do Oscar teve a menor audiência da premiação em oito anos, e com isso as negociações para a renovação da licença com a rede ABC, que transmite a cerimônia nos EUA, chegam a um ponto de divergência: a emissora quer mais liberdade criativa para as edições seguintes.

    A American Broadcast Company tem um contrato com a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (A.M.P.A.S.) que se estende até 2020, mas de acordo com informações da Variety, os dois lados estão mantendo conversas para expandir o acordo. Um contrato a longo prazo viria em boa hora para a Academia, que busca estabilidade financeira para enfim levar à frente um ambicioso projeto de abrir um museu dedicado a Hollywood, planejado para ser inaugurado em 2018.

    Sob os termos do atual contrato entre a ABC e a A.M.P.A.S., a Academia detém os totais direitos sobre o evento, e escolhe a equipe de produção, o apresentador ou apresentadora, e define por si só a tonalidade do evento. A ABC quer mais direito de fala a respeito do que de fato vai acontecer na noite da premiação, e de acordo com a Variety, a pressão está sendo feita por Ben Sherwood, presidente de jornalismo da emissora. Os dois lados não quiseram comentar a história.

    "Para ser um bom parceiro, eu acho que você deve fazer algumas concessões quando percebe que não é mais capaz de produzir um show", relatou uma fonte. "Eles assistiram ao que aconteceu com a Dick Clark Productions, que produz o Globo de Ouro, e é uma produção bem habilidosa."

    Apesar de gerar uma recepção parcialmente positiva devido às cirúrgicas críticas feitas pelo apresentador Chris Rock à falta de diversidade entre os indicados, a cerimônia foi bastante questionada porque David Hill, veterano de esportes e eventos ao vivo, foi escolhido como produtor. A Academia há algum tempo cogita a ideia de entregar a produção a veteranos de filmes ou com experiência em programas televisivos, e talvez a constante queda de audiência seja o sinal que faltava para que o veredito seja dado: é hora de incluir novas mídias e diversificar o formato.

    Em uma entrevista para a Variety, Hill e o coprodutor Reginald Hudlin defenderam o show, e comentaram que houve um crescimento entre a audiência masculina e que o objetivo deles é incluir audiência mais nova.

    Porém, os números em queda da audiência apenas reforçam o lado da ABC da negociação, mas caso um acordo não seja alcançado, a Academia sempre tem outras opções: a CBS, por exemplo, que aceitaria transmitir a premiação em um piscar de olhos. Uma fonte ligada à Variety afirma: "A Academia pode simplesmente perguntar a Les Moonves [presidente da CBS] se ele daria a eles mais liberdade, e ele vai dizer 'sim', e dar a eles mais dinheiro. Mas a verdade é que se você vai mudar (para outra emissora), é melhor tirar algo de bom disso além de um relacionamento problemático."

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