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    Até que a Sorte nos Separe 3: “Houve mais ‘camisa’ do que ganância”, garante roteirista (exclusivo)

    Um papo sincero com Paulo Cursino e os diretores Roberto Santucci e Marcelo Antunez.

    Dois mil e quinze ainda nem acabou e o cinema brasileiro está prestes a presenciar um segundo recorde. Ao contrário de Chatô – O Rei do Brasil, que levou 20 anos para ser lançado, Até que a Sorte nos Separe 3, primeira produção nacional a colar o selo “3” no título, chega ao circuito comercial depois de um período de tempo inversamente proporcional.

    Filmado em menos de dois meses, de setembro a outubro últimos, a nova parceria entre Roberto Santucci (que assina a direção com Marcelo Antunez) e o roteirista Paulo Cursino estreia nas salas do país em 24 de dezembro – o maior lançamento comercial de um longa tupiniquim, diga-se, que vai aportar em 808 salas do país ao mesmo tempo.

    “Foi como fazer um barco no meio do oceano, no meio de uma tempestade”, se recorda Cursino. “Existe uma ironia nisso tudo: ao mesmo tempo em que mostra uma força profissional nossa de conseguir colocar um filme em tempo hábil num fim de ano, ao mesmo tempo demostra uma certa... não vou dizer falta de profissionalismo do mercado, mas uma certa falta de planejamento”.

    Gabriel Borges

    Na coletiva de imprensa realizada no último dia 7 em São Paulo, equipe e produtores (os irmãos Caio e Fabiano Gullane) eram uníssonos ao dizer que tiveram pouco tempo para a realização do filme. Mas alguém estabeleceu esse prazo, não?

    “O cinema nacional precisa de lançamentos blockbusters nacionais no final do ano e alguns colegas nossos deixaram de entregar nesse tempo hábil. E aí, a coisa acabou estourando em cima da gente”, explica o roteirista. O objetivo, de acordo com Santucci, é “Garantir o espaço do cinema brasileiro dentro do mercado, o que é fundamental”.

    “É claro que também chacoalharam um dinheirinho”, confessa o autor do texto, fazendo o sincerão. Mas ele garante: “Houve mais ‘camisa’ do que ganância”.

    Na entrevista exclusiva ao AdoroCinema, eles ainda falaram sobre a culpa generalizada a respeito da atual situação político-econômica do país, pano de fundo da comédia. “A gente faz críticas ao modo consumista de grande parte da população, à especulação financeira no mercado e à política que apoiou essa especulação financeira”, dispara Paulo Cursino. Sobrou até para Tropa de Elite 2.

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