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    "Agora sei o que estou fazendo", afirma Quentin Tarantino no Brasil, sobre Os 8 Odiados

    Junto de Tim Roth, o diretor apresentou seu novo filme à impresa brasileira.

    Nesta segunda-feira, mais de cem jornalistas estiveram em São Paulo para assistir em primeira mão a Os 8 Odiados, novo faroeste de Quentin Tarantino, além de conversar com o diretor e o grande ator Tim Roth, ambos de passagem no Brasil para promover o filme.

    O AdoroCinema já assistiu ao filme, mas por enquanto ainda não podemos comentar o que vimos... Nem divulgar spoilers que circularam pelo debate com a imprensa. Mesmo assim, um empolgado Tarantino e o simpático Roth compartilharam algumas ideias muito interessantes sobre cinema. Tarantino inclusive confessou que sonha em trabalhar com Johnny Depp e Kate Winslet, caso consiga escrever os papéis certos para eles. Já imaginou? Confira abaixo trechos da coletiva de imprensa.

    Os 8 Odiados estreia nos Estados Unidos no dia de Natal, de olho no Oscar 2016. No Brasil, o filme chega logo depois, dia 7 de janeiro.

    Fazendo algo novo

    Quentin Tarantino: "Negros geralmente são ignorados nos faroestes. Mas Django Livre falava sobre a chegada da Guerra Civil, e Os 8 Odiados traz as consequências desta guerra. Por isso acho que tenho algo a trazer para o gênero. Parte da diversão e da empolgação de fazer o que eu faço é escrever projetos que não sei exatamente como realizar. Eu adoro perseguições de carro, mesmo assim, quando filmei À Prova de Morte, nunca tinha filmado uma perseguição de carro antes. Pensei que descobriria na hora. Sempre gostei de lutas de artes marciais, mas quando filmei Kill Bill, nunca tinha feito uma grande cena de luta. O mesmo ocorreu com Django Livre, tendo que lidar com grandes cenas incluindo cavalos. Mas depois de fazer Django, o resultado foi bom, e pensei: 'Vou fazer de novo, agora que sei o que estou fazendo'".

    O que mudou desde Cães de Aluguel?

    Quentin Tarantino: "Em Cães de Aluguel, eu nunca tinha estado num set de filmagem antes, porque não fui subindo na carreira aos poucos. Mas Tim sabia o que estava fazendo, ele já tinha estado em vários sets de filmagem. Aquele foi meu primeiro filme, e o Tim me dizia: 'Não deixe aquele técnico passar a perna em você, ele está te trapaceando e você nem percebe!'. Pulp Fiction foi meu segundo filme com Tim, e nesse momento ele passou a me dizer: 'Está vendo? É assim que se faz!'.

    "Superstars do Tarantino"

    Quentin Tarantino: "Existem muitos atores excelentes por aí, mas nem todos eles conseguem falar meus diálogos. Meus diálogos não são para qualquer um, é preciso ter uma voz, um porte, além de senso de humor. Por isso, tentei pegar alguns atores com quem gostaria de trabalhar de novo, misturando-os com outros que poderiam lidar com essas falas. Eu os chamo de 'Superstars do Tarantino'".

    Tim Roth: "Os diálogos de Quentin são muito musicais, e todos nós temos que ser capazes de chegar a esse tom. Quando fazemos leituras, é preciso transformá-los em algo fluido. É uma escritura única, e ele fazia várias tomadas até chegar naquele momento mágico. Acho que conseguimos captar isso em algumas cenas".

    Sangue

    Quentin Tarantino: "A cor vermelha certamente está na minha paleta. Mas na vida real, o sangue não é bonito, é muito assustador. Nos filmes, não é real, é apenas xarope - e tem gosto bom, aliás. É uma ficção, fantasia. Para mim, o sangue é como tinta. Às vezes, você quer usar a tinta de maneira bela, ou visualmente impactante, ou aterrorizante. Às vezes, pode ser engraçado".

     

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