Minha conta
    Morre o comediante Jorge Loredo, o eterno Zé Bonitinho

    Galanteador barato dono de bordões como "o chato não é ser bonito, o chato é ser gostoso" foi o principal personagem da longa carreira de Loredo, que tinha faleceu aos 89 anos de idade.

    O humorista Jorge Loredo morreu na manhã desta quinta-feira (26), por volta das 6h30. O ator estava internado em estado grave no hospital São Lucas, no Rio de Janeiro, desde o início de fevereiro. A causa da morte não foi divulgada.

    Loredo foi mais conhecido por viver o galanteador personagem Zé Bonitinho. Com seu topete impecável, sobrancelhas expressivas, bigode de malandro e acessórios exagerados o personagem teve sua primeira encarnação sob o nome de O Bárbaro, em 1960, no programa humorístico Noites Cariocas (1958 - 1965). O personagem foi composto baseado nos trejeitos de um amigo de Loreto chamado Jarbas, que se dizia "O perigote das mulheres" e vivia proclamando sua presença diante das mulheres com o bordão "Alô, garotas, cheguei!". 

    Foi no Noites Cariocas que Loredo conheceu alguns notáveis humoristas com quem viria a trabalhar por diversas ocasiões durante a sua longeva carreira, como Chico Anysio, Ronald Golias e Carlos Alberto de Nóbrega.

    Nas décadas seguintes Loredo voltou a viver o Zé Bonitinho em outros programas televisivos, como Escolinha do Professor Raimundo, Escolinha do Barulho e A Praça é Nossa

    A descoberta da vocação de ator se deu quando, aos 20 anos de idade, Jorge foi internado em um sanatório por conta de uma tuberculose. Durante sua estadia, Loredo recebeu dos médicos indicações para participar de um grupo teatral. O ator atribuia sua identificação com seu personagem mais famoso aos anos em que sofreu de uma doença óssea. "Eu sofri com uma osteomielite (inflamação nos ossos) dos 12 aos 46 anos, por isso fui muito mimado. Isso me fez querer ser mimado pelas minhas mulheres. Era quase um Zé Bonitinho", afirmou em determinada ocasião. Entretanto, engana-se que ele era tão extrovertido quanto o Zé. "A maioria dos artistas e comediantes é introvertida por natureza. Meu mestre Oscarito parecia um professor de latim. Não gostava de ser engraçado pessoalmente. Os grandes humoristas e comediantes que conheci passaram por sofrimentos e tragédias. A maioria sofre ou sofreu bastante bullying e preconceito”, disse o ator em uma de suas últimas entrevistas.

    No cinema, Loredo trabalhou com grandes diretores brasileiros, como Rogério Sganzerla, nos filmes Sem Essa, Aranha (1970) e O Abismo (1977). Seu último trabalho na sétima arte foi na comédia dramática O Palhaço (2011), de Selton Mello.

    facebook Tweet
    Comentários
    Back to Top