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    Tiradentes 2015: “a mais brasileira das nossas atrizes”, Dira Paes é homenageada na abertura

    Assim ela foi definida pelo cineasta Helvécio Ratton. “Não tem como não se revelar através dos personagens”, disse a atriz, que completa 30 anos de carreira e apresentou o filme inédito Órfãos do Eldorado.

    Trinta e sete longas-metragens (dentre 128 filmes brasileiros) compõem a programação da 18ª Mostra de Cinema de Tiradentes, que abriu o calendário nacional dos festivais de cinema na noite dessa sexta-feira, 23 de janeiro. É o mesmo número de longas estrelados pela atriz Dira Paes, a principal homenageada do evento, que completa trinta anos de carreira. Ela recebeu o troféu Barroco na abertura do festival.

    “Fico honrada de dividir tanta intimidade com o público”, declarou a atriz, após a exibição de um clipe com imagens de seus principais filmes. “Não tem como não se revelar através dos personagens. Essa intimidade só se revela pela paixão”, concluiu Dira, chamada de “a mais brasileira das nossas atrizes” pelo cineasta mineiro Helvécio Ratton (com quem trabalhou em O Segredo dos Diamantes, ainda em cartaz nos cinemas), em referência os seu biotipo “amazônico” (Dira é paraense). “Ela já fez [papel] de pobre a dondoca”.

    A cerimônia começou com atraso de meia hora, o que levou o – exigente – público mineiro a bater palmas na intenção de apressar o início da programação. Deu certo. Pouco antes das 21h30, a cerimônia, prevista incialmente para começar às 21h, teve início.

    Esse ano, o festival se propõe a discutir, como principal questão, “qual o lugar do cinema hoje?”, em um mundo intolerante com a lentidão e o silêncio – a mostra mineira tem se firmado como a principal plataforma nacional de lançamento do cinema independente.

    Órfãos do Eldorado.

    E um bom teste para o público foi o filme de abertura, Órfãos do Eldorado, de Guilherme Coelho, exibido pela primeira vez. Não muito pelo elenco, global, composto, claro, pela própria Dira, com Mariana Rios, e protagonizado por Daniel de Oliveira. Mas pelo ritmo da narrativa.

    Baseado no livro homônimo do amazonense Milton Hatoum, o longa conta a história de Arminto Cordovil (Daniel), que retorna para sua cidade natal ribeirinha no Pará e, lá, vai ter que dar um rumo para sua mal resolvida relação com Florita (Dira), que vive na casa do pai dele – com quem o jovem também tem suas farpas aparentes.

    A grande sacada do filme é aproveitar as lendas e mistérios da região como pano de fundo para a estranha relação dos dois personagens centrais. Porém, baseado em tempos longos (é necessário paciência), o roteiro é um tanto quanto repetitivo, sobretudo na primeira metade, com viradas abruptas, sem transição.

    Aos 45 anos, Dira Paes, que estreou nos cinemas em 1985 na produção internacional A Floresta das Esmeraldas (John Boorman), além do troféu, ganha também uma mostra em homenagem no evento, com os filmes Corisco e Dadá, Amarelo Manga e o próprio O Segredo dos Diamantes. A Mostra de Tiradentes vai até o dia 31 de janeiro. E a cidade mineira completa 297 anos neste sábado. Parabéns.

    Dira posa com o troféu Barroco.

    A coordenadora geral, Raquel Hallak, faz o discurso de abertura.

    Dira Paes sobe para receber a homenagem.

    Mariana Rios, Dira Paes e o diretor Guilherme Coelho (Órfãos do Eldorado).

    Elenco de Órfãos.

    O pequeno é o filho da Dira.

    Daniel de Oliveira.

    No centro das atenções.

    O músico mineiro Samuel Rosa.

    Panorâmica do Cine Tenda, palco da abertura.

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