

“Queria muito um personagem arrebatador, não o [tipo] que eu faço na TV. De fato pretendo direcionar cada vez mais minha carreira para o cinema”, declarou a atriz, filha de mãe cearense, no palco do Theatro José de Alencar. O papel a que ela se refere é o de Judite, a paciente soropositiva de uma clínica psiquiátrica que se envolve com o adolescente depressivo João (João Pedro Zappa). Apesar de toda badalação em torno do filme, a produção só será exibida neste domingo, fora de competição – e estreia na próxima quinta-feira, 20 de novembro, em todo país.

Pela competitiva de longa-metragem, o chileno (em coprodução com a Argentina) No Soy Lorena (Não Sou Lorena) começou a corrida pelo troféu Mucuripe. A produtora do filme, Josefina Undurraga, representou a obra, selecionada para o último Festival de Toronto e em primeira exibição na América Latina – a produção ainda conta com a participação de Paulina García, Urso de Prata de melhor atriz no Festival de Berlim 2013 por Gloria.
Mas o protagonismo cabe à atriz Loreto Aravena. Ela interpreta Olivia, uma jovem que começa a receber estranhas ligações cobrando o pagamento de grandes dívidas em nome de uma tal Lorena Ruiz. A diretora Isidora Marras, estreando no formato, constrói um envolvente clima de suspense, apoiado na interpretação contida de Aravena. A atmosfera, no entanto, se dissipa ao longo da projeção, a partir de um ritmo arrastado e situações repetitivas.
No Soy Lorena é o primeiro de oito longas-metragens ibero-americanos em competição. Antes, foi exibido o curta Fluxos, do cearense Diego Akel (a disputa entre os curtas-metragens é nacional). Em 2014, Cine Ceará homenageia o novo cinema argentino. O festival vai até o dia 22 de novembro.