O Show de Truman
Dirigido por Peter Weir, O Show de Truman traz o astro da comédia Jim Carrey em um de seus grandes papéis dramáticos, interpretando o ingênuo Truman Burbank. Ele leva uma vida ordeira com sua simpática esposa em uma pacata cidade. O que ele descobre aos poucos é que tudo ao seu redor (incluindo sua família, sua mulher e o horizonte) é falso. Ele foi adotado ainda bebê por uma rede de televisão que criou, dentro de um estúdio, na cidade falsa de Seahaven, onde todos os habitantes são atores, à exceção de Truman. Obviamente, um filme em que a própria trama envolve uma imensa conspiração não poderia deixar de ser alvo de várias teorias. Uma boa parte das teses envolve religião. Vamos a duas delas:
O Show de Truman é dirigido pelo coisa-ruim
No filme, o reality show é dirigido por Christof, personagem de Ed Harris. Ele é capaz de controlar tudo que acontece na redoma onde o programa é gravado, como o horário em que o sol nasce, o momento em que chove e o destino das pessoas. Tais "poderes" fazem com que o personagem seja, por motivos óbvios, analisado como uma alegoria para um Deus onisciente, onipotente e onipresente. Porém, há quem acredite que Christof é, na verdade, uma representação do diabo, pois ele manipula uma grande mentira. O próprio nome dele (Christ significa Cristo; of se assemelha muito a palavra off, que significa fora, distante, afastado) seria um indício de que ele é, na verdade, um tipo de Anticristo.
Para descobrir a verdade e se libertar, Truman enfrenta a fúria de Christof e navega por águas turbulentas até chegar ao fim do estúdio, onde há uma escada no "céu". Antes de sair do mundo de ilusão em que ele sempre viveu e finalmente alcançar sua redenção, Truman reencena dois atos realizados por Cristo: Anda sobre as "águas" e abre os braços em um moviemento que alude à crucificação.
Christof é o Deus do Antigo Testamento e a religião é uma forma de controle mental
Outra teoria, descrita no blog Perceptions of Reality, formula que Christof carrega "um comportamento que incorpora muito do que é criticado sobre o Deus cristão na cultura de hoje". Para o autor, o personagem de Ed Harris é vencido justamente quando Truman (depois de ler muitas obras Nietzsche, quem sabe?) "mata" Deus. "O filme é cheio de referências sobre romper o contole sob o qual você está artificialmente colocado", afirma o texto.