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    Opinião: Um filme de super-herói pode ser indicado ao Oscar?

    A premiação máxima do cinema se aproxima e começam os rumores sobre quem tem chances de ser indicado.

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    O fim de ano se aproxima e a inevitável pergunta ronda os cinéfilos: quem será indicado ao Oscar? O AdoroCinema já preparou uma lista de quem anda cotado para marcar presença na premiação de gala da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, mas os mais atentos (e fãs de quadrinhos) podem questionar: e os filmes de super-herói, onde estão?

    A pergunta faz sentido, ainda mais em um ano onde três deles foram não apenas sucesso de público, mas também de crítica: X-Men: Dias de um Futuro Esquecido (92% de aprovação, segundo o Rotten Tomatoes), Guardiões da Galáxia (91%) e Capitão América 2 - O Soldado Invernal (89%). Apesar dos elogios, o mais provável é que o trio fique fora da festa, ao menos nas categorias principais.

    A ausência de filmes populares no Oscar é uma eterna polêmica envolvendo a premiação, assim como a predileção aos dramas em detrimento de outros gêneros, especialmente comédia e ficção científica. É verdade que alguns filmes conseguiram superar esta barreira, como Guerra nas Estrelas, E.T., o Extra-terrestreOs Caçadores da Arca Perdida e Avatar, mas em todos os casos citados a indicação na categoria de melhor filme já foi uma grande conquista. Estatueta ganha mesmo, só quem conseguiu foi O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei (os dois anteriores foram indicados, mas ficaram de mãos abanando).

    Entretanto, engana-se quem pensa que a Academia dá de ombros para tamanha exclusão. Foi a própria organizadora do Oscar quem mudou as regras da premiação quando o aclamado Batman - O Cavaleiro das Trevas (94% no Rotten Tomatoes) ficou fora das principais categorias da cerimônia de 2009. A gritaria foi tanta, dos fãs e de parte da crítica, que a Academia bateu o martelo e aumentou de cinco para até dez a quantidade de indicados a melhor filme. Desta forma, os blockbusters teriam mais chances de participar da festa, o que ajudaria a aumentar o público televisivo da própria cerimônia do Oscar (não basta ser fã, tem que torcer para seu filme predileto ganhe).

    Na prática, não é bem isso que tem acontecido. Ao contrário do que se previa, as vagas extras na maioria das vezes têm sido preenchidas por filmes independentes (Clube de Compras Dallas, A Árvore da Vida), animações (Up - Altas Aventuras, Toy Story 3) e até filmes estrangeiros (Amor, O Artista). Muito se pediu por uma indicação a Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2, como forma de reverenciar a série como um todo, mas nada feito. O mesmo deve acontecer com o trio lançado neste ano, que tem mais chances de conquistar algum espaço nas categorias técnicas.

    A questão a ser refletida é: se cada vez mais os grandes estúdios investem nos chamados filmes-evento, que podem arrecadar centenas de milhões de dólares mundialmente, e deixam de investir em projetos mais autorais, que podem até trazer prestígio mas não rendem tanto, os eleitores do Oscar simplesmente os deixarão de fora ou buscarão algum meio de incluí-los na festa? Não se esqueça que, por mais que a Academia enalteça a sétima arte, cinema também é negócio - e Hollywood sabe disso muito bem.

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