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    Rio Festival Gay de Cinema 2014: Balanço de um festival em busca de variedade e crescimento

    A média dos filmes melhorou em relação à edição anterior, embora o festival ainda encontre problemas de organização.

    Em 2014, o Rio Festival Gay de Cinema atingiu um novo patamar no circuito audiovisual carioca. O festival conseguiu apresentar mais de 100 filmes, incluindo quatorze longas-metragens em competição, de diversos países do mundo - fazendo uma boa escolha ao priorizar a produção nacional. A maioria das sessões estava lotada, e o público em geral parecia satisfeito com os títulos selecionados. É sempre um prazer ver sessões de curtas-metragens com ingressos esgotados. Além disso, é excelente que os organizadores tenham levado filmes de temática LGBT a cinemas da Zona Oeste do Estado.

    Os longas-metragens exibidos também apresentaram, na média, uma boa qualidade. Entre os filmes que o AdoroCinema teve a oportunidade de ver, apenas muDanças não merecia um espaço no festival. Outros filmes fracos, como I'm a Porn Star e Power Erotic, pelo menos traziam discussões pertinentes, e se encaixavam muito bem no recorte temático do evento. Enquanto isso, é ótimo que o festival tenha exibido pérolas como Pinta e São Paulo em Hi-Fi, além de projeções interessantes como Out in the Line-Up e Fourplay - este último selecionado no festival de Cannes.

    A ambição de fazer um festival ainda maior também trouxe algumas dificuldades. A ideia de realizar o evento durante a Copa do Mundo era justificada e louvável, mas a produção teve problemas nos dias de jogo do Brasil, quando diversas sessões foram canceladas ou alteradas sem aviso prévio, deixando uma porção de espectadores perdidos. Os belos catálogos também existiam em quantidade insuficiente, e dois dias após o término do festival, os vencedores da competição ainda não foram anunciados aos jornalistas. O Rio FGC estabelece uma boa relação com o público, mas tem uma comunicação muito tímida com a imprensa. Talvez, se aprofundasse o contato com a mídia, o evento teria uma visibilidade maior.

    De qualquer maneira, o diretor Alexander Mello e o produtor Rafael Fernandes efetuaram um bom trabalho, com nítido progresso em relação ao festival de 2013. Talvez a seleção pudesse ser mais rigorosa, trocando a ambição de quantidade pela ambição de qualidade. Também seria fundamental dar mais destaque ao público feminino gay, presente em pouquíssimos filmes, e constituindo uma parte ínfima da plateia. Mas Mello e Fernandes terão muitas edições pela frente, para acertar os ponteiros e propor um festival ainda melhor.

    Críticas de filmes do festival:

    Pinta - Corpos livresI'm a Porn Star - Sexo monótono

    Fourplay - Todas as formas de prazer

    What's the T? - Histórias de transexuais

    Out in the Line-Up - O preconceito no esportemuDanças - Novelão cariocaSão Paulo em Hi-Fi - Cultura gay brasileira

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