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    Totalmente Inocentes - Entrevista com Fábio Porchat e Rodrigo Bittencourt

    Diretor, elenco e produtoras conversam sobre o filme.

    por Francisco Russo

    Algo novo no cinema brasileiro. Esta foi a ideia de Rodrigo Bittencourt ao idealizar seu primeiro filme como diretor, Totalmente Inocentes, que chega ao circuito nacional nesta sexta, 7 de setembro. Sátira explícita aos chamados favela movies, como Cidade de Deus e os dois Tropa de Elite, o longa-metragem brinca com os clichês do gênero no intuito de provocar risadas no espectador.

    O AdoroCinema esteve na coletiva do filme realizada no Rio de Janeiro, onde compareceram o diretor, as produtoras Iafa Britz e Mariza Leão e os atores Fábio Porchat, Leandro Firmino da Hora, Lucas D'Jesus, Gleison Silva e Carlos Evandro. O resultado da conversa você confere logo abaixo.

    Inspiração

    "Estava pensando no que faltava ao cinema brasileiro", revela o diretor Rodrigo Bittencourt ao responder o porquê de rodar Totalmente Inocentes. "A pornochanchada e o Didi já fizeram sátiras, mas achei que faltava algo contemporâneo. Quis fazer algo satirizando o próprio cinema brasileiro, que ainda não havia sido feito. Escolhi Cidade de Deus e Tropa de Elite, que são filmes que adoro e dos diretores que mais gosto daqui. A ideia veio disto, de tentar achar buracos que possam interessar as pessoas. Fazer uma sátira era uma brecha que via para o quebra-cabeças, possibilitando que colocasse uma peça para contribuir."

    A produtora Iafa Britz comentou sobre como recebeu o projeto do diretor. "Quando vimos o projeto do Rodrigo achamos que tinha um frescor, algo novo. Era diferente e nos atraía, parecia oportuno e engraçado. Além disto, já tínhamos material suficiente sobre favela movies que pudéssemos contextualizar. Não queríamos também que fosse só uma paródia, mas que tivesse uma história por trás. A gente se encantou com este desafio e partimos para fazer."

    Elenco

    "Ficamos matutando um tempo sobre quem a gente iria chamar para fazer o filme", comentou o diretor. "Era legal termos atores que tinham trabalhado em favela movies, como o Leandro (Firmino da Hora) e o Fábio Lago, para fazermos esta sátira. A escolha do (Fábio) Porchat foi também baseada nisto, pois a imagem clássica do traficante é negão, grandão e com cara de mau."

    "Sou mais para atirador da Noruega do que para dono de morro", interrompeu Fábio Porchat.

    "A sátira vem muito também da escolha dos atores, então montamos este elenco para que pudéssemos brincar com isto", concluiu o diretor.

    Estreia no cinema

    Conhecido pelas peças de stand-up comedy que costuma estrelar, Fábio Porchat teve seu primeiro papel mais expressivo em Totalmente Inocentes. Questionado sobre como foi trabalhar no filme, ele logo emendou: "Foi muito bacana finalmente poder contracenar com alguém em cena".

    Deixando as brincadeiras de lado, Porchat comentou sobre a experiência. "O cinema permite que você fique imerso naquele papel por dois ou três meses, vivendo aquilo. Tivemos uma preparação de elenco muito bacana e pude ensaiar bastante com os meninos. Tentei me inspirar em coisas de fora e algo que conversei com o Rodrigo (Bittencourt) era que este personagem era um vilão, ele mata pessoas, mas você tinha que gostar dele. É um pouco como o Coringa do Batman, guardadas as devidas proporções. Foi uma inspiração."

    Público alvo

    Lançado em meio a filmes de porte como O Legado Bourne e Os Mercenários 2, Totalmente Inocentes tem um público alvo bem definido. "É um filme para adolescente, com uma pegada com cara de YouTube e Twitter, desta galera que se conecta e se comunica assim. Esta geração internet que também é nossa. Mas é um filme com cara de cinema, quis falar algo na linguagem deles mas que não se parecesse como TV", explicou o diretor Rodrigo Bittencourt.

    Lançamento em digital

    O lançamento comercial de Totalmente Inocentes traz uma novidade: será feito apenas com cópias digitais. A produtora Mariza Leão explicou o porquê da escolha. "Normalmente o lançamento em digital é utilizado pelos blockbusters americanos ou pelos filmes que saem em poucas salas. A ideia é fazermos o primeiro lançamento em digital de porte médio, de 100 a 120 cópias, o que é inédito. Nós não teremos cópias em película, pois elas são caríssimas, e porque hoje o mercado brasileiro de exibição permite que se lance um filme com este número de cópias apenas no mercado digital."

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