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    Um julgamento de 14 anos: O filme de George Clooney que foi processado por “alterar” a realidade
    Lucas Leone
    Lucas Leone
    -Redator | Crítico
    Lucas só continua nesta dimensão porque Hogwarts ainda não aceita alunos brasileiros. Ele até tentou ir para Westeros ou o Condado, mas perdeu a hora do Expresso do Oriente. Hoje, pode ser visto escrevendo no Central Perk mais próximo.

    No elenco também estavam Mark Wahlberg, John C. Reilly e Diane Lane.

    Mar em Fúria teve seus altos e baixos com a crítica quando foi lançado. Para alguns, o filme é uma bomba; para outros, os efeitos visuais se salvam, ​​e o resultado final é engenhoso. Dirigido por Wolfgang Petersen – conhecido pelos longas Das Boot (1981) e Troia (2004) – e com George Clooney, Mark Wahlberg, John C. Reilly e Diane Lane no elenco, não parecia mesmo ruim. O que ninguém esperava era que a produção fosse alvo de um processo judicial que durou nada mais, nada menos do que 14 anos.

    A trama é bastante simples: o capitão Billy Tyne tem uma temporada de pesca ruim e decide ir para Cape Flemish, que está cheio de peixes. Ele parece ter sorte lá, mas os elementos do clima não vão deixá-lo voltar para casa tão facilmente. Uma tempestade tropical, furacões, mar agitado... Os homens de Tyne têm que estar preparados para tudo.

    Acontece que, logo após o lançamento, as duas filhas e esposa do verdadeiro Capitão Tyne – interpretado por Clooney – apresentaram uma queixa contra a Warner Bros. A reclamação deles era que a obra havia se afastado muito da realidade.

    Jodi Tyne criticou particularmente os roteiristas por alterarem os fatos da vida de seu marido para torná-los mais atraentes comercialmente. Segundo ela, Billy não era o valentão que o filme mostra, muito menos alguém que zombava de sua equipe. Além disso, ela argumenta que seu esposo nunca teria arriscado a integridade de um grupo para transportar uma carga com segurança em meio a uma tempestade sem precedentes.

    Warner Bros.
    Mark Wahlberg e George Clooney em cena de Mar em Fúria.

    Amparadas pelo Tribunal da Flórida, cuja lei protege as pessoas de deturpar alguém para promover um produto ou empreendimento comercial, Jodi e suas filhas buscaram uma compensação financeira. E não foram as únicas: outras famílias anônimas processaram os produtores alegando que eles usaram seus nomes sem permissão e mudaram os acontecimentos.

    A resposta do estudo foi imediata. Eles se apegaram à Primeira Emenda americana, que diz respeito à liberdade de expressão. A defesa sustentou que, embora seja oficialmente baseado na história do capitão Tyne, é parcialmente fictício, o que estaria de acordo com a Constituição do país.

    Quatorze anos de julgamentos intermináveis fizeram com que o caso fosse parar na Suprema Corte da Flórida. Com 6 votos a 1, a Warner saiu vitoriosa no dia 7 de junho de 2014.

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