O Anjo Azul: Críticas

Inspirado pelo texto de Eugênio Bucci "O intelectual acorrentado ao Anjo Azul", tive que conferir "Der Blaue Engel", película dos anos 1920, dirigido por Josef von Sternberg, com Marlene Dietrich, no papel de Lola Lola e Emil Jannings, no papel do Prof. Immanuel Rath. Em preto e Branco. De cara fiquei surpreso com a existência de duas versões para o mesmo filme, com o mesmo elenco, uma em inglês e outra em alemão, mais popular, devido ao sotaque dos atores. O filme é um aviso aos desavisados que se deixam levar pela luxúria, que arrebata toda as conquistas fundeadas na austeridade. Um lembrete para a nossa sociedade que valoriza a comédia e a falta de regramento, em oposição à retidão. Feito de forma teatral, o filme demonstra essa trajetória rumo ao abismo e a uma vida vazia de propósito e, aparentemente, direcionada para o prazer, o qual no fim das contas pode não ser um objetivo lá muito nobre e capaz de constituir uma base vital. A película é uma ode à necessária demarcação de objetivos na vida social e na vida pública, um tema muito premente no tempo atual. Uma experiência educativa e cultural, mostrando que os dilemas do início do século XX são os mesmos do Século XXI. Recomendo!

Um clássico do cinema mundial. Deve ser assistido pelos amantes de filmes cult e lembrar que o ano de produção é 1930. Roteiro original, atuações ainda sobre a forte influência do expressionismo alemão, mas de uma competência rara. O filme conta a história de um professor muito respeitado e tradicional que se encanta com a sensualidade e beleza de Lola, uma artista que se apresenta no Anjo Azul e gosta de provocar os homens, pela suas músicas e roupas. Apaixonado por Lola, consegue fazer dela a sua esposa, mas aos poucos vê a sua carreira e o respeito sendo destruídos, até chegar a humilhação completa.