Paralelo 49

Eu só achei estranho a premissa do filme. O comandante de um submarino manda tripulantes descerem numa comunidade esquimó no gélido Canadá pra encontrar um posto de troca e comercio e trazer combustível. COMBUSTÍVEL?!?!?! Até onde eu sei combustível de submarino é urânio altamente enriquecido. Como é que esse povo ia encontrar isso no meio do nada? Hahaha Mas fora isso achei o filme muito bom, coeso, objetivo, com destaque para as atuações de Laurence Olivier e Anton Walbrook.- Claro, eu já estava esquecendo, você não pôde ler um jornal em mais de um ano.- O que você quer dizer? Já aconteceu?- Claro que aconteceu. Maior que a última.- Nom di dieu! Quem está lutando?- Todo mundo.- Quem começou?- Os alemães, é claro. Marcharam nos poloneses em setembro de 1939.- Nossa! Pensei que todos os poloneses fossem no Canadá.Essa piada só funciona no inglês! Hahaha Pq acompanhando a legenda me passou despercebido. Só fui sacar na segunda vez que vi! hue

Não sei dizer se é um filme totalmente antibelicista, mas é interessante como levanta questionamentos morais sobre a guerra e os valores humanos. Mas, ao mesmo tempo, é aí que o filme comete seu mais grave erro: mensagem interessante mas um pouco maniqueísta. Isso não o torna um filme ruim, mas uma abordagem mais livre e realista faria de 49th Parallel uma verdadeira obra-prima.Drama de guerra clássico (em preto e branco) que foi financiado pelo Ministério de Informação Inglesa e o governo canadense. Com certa sutileza, o filme procura mostrar que a ameaça nazista não se resumia a um confronto militar, mas também a um confronto moral e ideológico, levando o espectador a uma reflexão certamente mais profunda em relação ao conflito. Destaques para o ator shakesperiano Laurence Olivier (1907-1989), Leslie Howard (1893-1943) e Raymond Massey (1896-1983). Curiosamente, esses atores tiveram participações pequenas no filme. O diretor Michael Powell dirigiu alguns clássicos ao lado do parceiro Emeric Pressburger: Coronel Blimp - Vida e morte (43), Narciso negro (47) e Os sapatinhos vermelhos (48).Produção inglesa que é nada menos que um verdadeiro pontapé no traseiro dos U.S.A. para que o país descesse logo do muro e entrasse de vez na 2ª Guerra Mundial contra a Alemanha. Não é por acaso que foi lançado oficialmente nos cinemas brasileiros sob o título de Invasão de Bárbaros, pois retrata, sem o menor pudor, a crueldade e a frieza dos nazistas que matavam sem pensar 2 vezes. Vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Original e indicado a outros 2, incluindo o de Melhor Filme, que perdeu para Rosa de Esperança (também sobre a guerra em questão), de William Wyler. Elenco de primeira, rico em suspense e ótimas atuações, incluindo a de Leslie Howard em seu anti-penúltimo papel no cinema. Ironicamente o ator morreu quando o avião em que viajava foi abatido justamente por alemães na 2ª Guerra, em 1º de Junho de 1943.Jamais esqueci da interpretação sedutora e dúbia de Laurence Olivier, bastante sedutora em seu oportunismo simpático. À época, achei a essência de sua mensagem um tanto similar ao injustamente pouco conhecido A CASA DA RUA 92, do Henry Hathaway, visto que ambos lidam com o infiltramento de nazistas em locais urbanos da América do Norte. Porém, se Hathaway investia numa narrativa permeada pelo suspense, Michael Powell introduz um senso de humor e um frescor dramático que chega até a emular uma espécie de versão britânica do estilo Renoir de filmar. Belo filme!49th Parallel é um bom filme da dupla Powell & Pressburger. Com esse filme, Pressburger venceu o Oscar de Melhor História, prêmio que já não existe há muitos anos. Desconhecidíssimo, uma pena. Bom filme.