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Assuero Broussard
8 críticas
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5,0
Enviada em 6 de março de 2024
É um filme que apresenta uma visão humanizada dos palestinos. Ao contrário do que vende a máquina de propaganda cultural de holywood, os árabes não são violentos ou sanguinários. Não são os vilões que desejam explodir tudo para matar inocentes. Os palestinos, em particular, só querem uma vida digna como todo mundo e lutam para resistir aos crimes dos colonos israelenses. É um filme sensível, encantador, intimista, que mostra a vida dos palestinos com um outro olhar. Em sua versão dublada, Paradise Now pode ser encontrado no You Tube.
Não é o fato de um filme contar a história de um homem-bomba sob seu ponto de vista, algo incomum para o Ocidente, que ele se torna automaticamente uma ótima referência ao tema. Contudo, quando esse ponto de vista está embebido em melancolia e ressentimentos de uma infância que não conheceu uma realidade diferente do inferno da Guerra (inclusive com a perda do pai causada diretamente por esta), é aí que começamos a analisar se o projeto de fato merece crédito.
Que valores mais importam ao coração de um homem independentemente de ideologias de qualquer tipo? Que causa justifica a não-vida? A liberdade está na morte? Que resistência a suprema-fuga oferece? O filme deixa estas questões, mas poderia oferecer uma dramatização mais explícita do Sahid vive interiormente. Prefira filmes mais fortes, mas Paradise Now não é um filme ruim, só é "perdível".
O filme descreve a via-crúcis de dois amigos, Khaled (Ali Suliman) e Said (Kais Nashef), que de meros funcionários de uma oficina de carros, são convocados por um grupo radical palestino para executarem um atentado em Telaviv. De meros homens que passam as tardes fumando e tomando chá frio no alto dos morros e observando a cidade (é inevitável a lembrança dos morros de tantas cidades brasileiras), com suas vidas vazias, vislumbram a glória ao se tornarem homens-bomba. A originalidade do filme está em nos colocar atrás das barricadas, ou seja, mostrar como é a preparação de golpes terroristas e o convencimento de que eles serão levados ao Paraíso por dois anjos tão logo morram para evidenciar que a luta dos palestinos contra os israelenses continua viva. Destacam-se as cenas em que os "soldados de Alá" têm depoimentos filmados para serem exibidos quando eles já estiverem mortos. E talvez esta seja a questão central: a morte. De alguma forma, os palestinos já estão mortos devido à forma como Israel perpetrou a expansão das colônias de assentamento no território da Cisjordânia. É aquele velho chavão: quem não tem nada a perder, está disposto a enfrentar qualquer parada. A dúvida sobre os atos que estão prestes a executar recai sobre a cabeça de Said no início e, posteriormente para a de Khaled. Se filme como "PARADISE NOW" fossem exibidos em cinemas palestinos e israelenses, ou em qualquer quadrante do planeta em que hajam lutas semelhantes, quem sabe, a discussão sadia ocuparia o espaço bélico. Utopia, por que não? A arte como instrumento de batalha. Quem sabe????
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