"Rocky 3" já demonstrava o "novo tom" da franquia, muito menos melancólico e bem mais frenético. "Rocky 4", lançado apenas 4 anos depois, concretizou o feito, sendo novamente uma sequência focada na ação, e pitadas de dramas (ainda que mais impactantes). O conceito inicial do filme é duro para os fãs da série, e apesar de clichê, acabamos esquecendo que já poderíamos ter vista aquilo em outra obra, e compramos a ideia de "vingança pessoal" do Rocky.
Sim, um dos melhores personagens da série encontra seu fim, mas marcado por uma luta exageradamente transmitida na tela, e não sabemos se estamos satisfeitos ou não. O vilão talvez seja o grande problema, apesar de gostar do trabalho de Dolph Lundgren, o seu personagem não apresenta motivação ou personalidade alguma, o que faz com que ele não passe de uma máquina.
Em relação as atuações, Sylvester Stallone segue seu papel, com menos força dramática que nos filmes anteriores, ainda que atue bem seu eterno personagem. Talia Shire novamente não possuí destaque, pois a força dramática do filme está toda centrada no protagonista. Burt Young faz um personagem menos expressivo que nos filmes anteriores, ainda que seus momentos juntos ao Rocky no ringue sejam gratificantes. Carl Weathers tem apenas uma participação inicial, mas com certeza é a peça-central do filme. E, como já foi mencionado, Dolph Lundgren com seu Ivan Drago, que apesar de amedrontador, não possuí uma personalidade própria de peso.
Com certeza o grande problema do filme é seu enredo. O conceito da vingança-pessoal do protagonista até compra os fãs, mas o excesso de propaganda contra a Guerra Fria é tão esbanjada na tela que parece que estamos vendo um conselho político. Ainda assim, alguns momentos são bem produzidos, como a luta final, ou o diferencial treinamento de Rocky, com o uso total da natureza a seu favor (ainda que ele não tenha fugido de sua necessidade por uma motivação).