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    Psicose 2
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    Adriano Silva
    Adriano Silva

    1.416 seguidores 456 críticas Seguir usuário

    3,5
    Enviada em 16 de junho de 2023
    Psicose 2 (Psycho II) 1983

    "Psicose 2" é dirigido por Richard Franklin, escrito por Tom Holland e estrelado por Anthony Perkins, Vera Miles e Meg Tilly. É a primeira sequência do eterno clássico "Psicose" do mestre Alfred Hitchcock de 1960 e o segundo filme da franquia "Psicose". Situado 22 anos após o original, o longa segue Norman Bates (Perkins) depois que ele é liberado da instituição mental e retorna para a casa e para o Bates Motel para continuar uma vida normal. No entanto, seu passado conturbado continua a assombrá-lo quando alguém começa a assassinar as pessoas ao seu redor. O filme não tem relação com o romance "Psicose 2" de 1982 de Robert Bloch, que ele escreveu como uma sequência de seu romance original de 1959, "Psicose".

    Recentemente eu tive a honra de ler a obra-prima de Robert Bloch - "Psicose". É de fato uma experiência incrível, surreal, arrebatadora, envolvente, misteriosa, enigmática e bastante sombria. Virou um dos meus livros da vida, principalmente por colocá-lo como um dos maiores thrillers da literatura de todos os tempos. Já esta continuação - "Psicose 2" - eu confesso que desconhecia da sua existência, sequer tinha imaginado que o Robert Bloch havia escrito uma segundo livro como continuação de "Psicose". Ainda não pesquisei, mas acho que deve ser difícil encontrar versões em português.

    Com a ideia de fazer uma continuação do clássico de 1960, a Universal decidiu contratar o desconhecido (na época) Tom Holland para escrever o roteiro (mais tarde ele seria conhecido como o lendário diretor de "A Hora do Espanto", de 1985, e "Brinquedo Assassino", de 1988). A Universal queria que o Tom Holland escrevesse um roteiro totalmente diferente, já que essa continuação não foi baseada no segundo livro da sequência de "Psicose" de Robert Bloch. Já a direção ficou a cargo do diretor australiano Richard Franklin, aluno do mestre Hitchcock. O filme marcou a estreia de Franklin no cinema americano.

    Primeiramente vamos deixar um ponto bem claro aqui: "Psicose" (1960) é um clássico irretocável, uma obra-prima da sétima arte, uma obra de arte impecável, um dos melhores filmes de suspense de todos os tempos, livre de qualquer comparação, amarração ou semelhança. Ou seja, é uma obra única, imortalizada e completamente eternizada em todos os corações cinéfilos. Disto isto, idealizar e construir uma continuação de uma obra como "Psicose", de fato é uma tarefa extremamente difícil, até para o próprio Hitchcock, que é simplesmente o eterno mestre do suspense e um dos maiores diretores da história do cinema.

    Obviamente seria mais do que normal e aceitável que todo mundo criasse um certo bloqueio referente à esta obra, até por achar uma continuação completamente desnecessária e dispensável. E se analisarmos friamente de fato é uma continuação desnecessária e dispensável, que ninguém pediu, que não clamava por urgência, pois o clássico de 1960 já é autossuficiente, ou seja, não precisava ser revivido e ter uma continuação. Porém, devo confessar que aqui temos algo improvável, que parecia impossível de acontecer, que é justamente uma continuação de uma obra irretocável que não mancha a sua história e o seu legado, e ainda consegue prender a nossa atenção como uma nova construção na história que desperta a nossa curiosidade nos fazendo criar novas expectativas inseridas em um ótimo suspense (apesar das revelações finais serem ruins).

    O maior acerto dessa obra é construir a sua própria identidade e não soar como uma simples cópia do clássico, o que naturalmente seria o mais provável. Outro grande acerto foi reviver o Norman Bates e a Lila Crane (que agora passou a ser Lila Loomis) sendo interpretados novamente por Anthony Perkins e Vera Miles. Só faltou mesmo o mestre Hitchcock novamente na direção, mas infelizmente ele havia falecido três anos antes, em abril de 1980.

    O roteiro de "Psicose 2" pode até ser questionável nas partes finais, mas é de fato inteligente e foi bem idealizado. Pois é interessante essa ideia de redenção do Norman Bates, de poder ser reabilitado e reintegrado na sociedade, de poder conviver em sociedade, ter um emprego normal, tentar ser uma pessoa normal. Apesar de particularmente eu não acreditar muito em reabilitação, e no caso do Norman Bates, acredito que ele jamais será reabilitado e libertado da sua mente deturpada. E mais interessante ainda é o fato de parecer que realmente ele quer ser reabilitado e reintegrado na sociedade (pelo menos inicialmente é isso que nos passa). Outro ponto que eu achei bem curioso e soa muito intrigante para o desenrolar de toda a história, é o fato de usarem a própria Lila (irmã da Marion) para idealizar uma vingança contra o Norman Bates que foi libertado da justiça.

    "Psicose 2" já me ganhou em sua cena de abertura, que nada mais é do que a lendária cena do chuveiro do clássico. Esta é uma das cenas mais emblemáticas da história do cinema, ainda mais por contar com aquela trilha sonora inquietante, estridente e perturbadora, e poder rever novamente esta cena é no mínimo um deleite perturbador para qualquer cinéfilo. Ao longo do filme temos várias referências ao clássico, como os inúmeros enquadramentos, as tomadas de câmeras, os takes e os focos mais fechados nos personagens. Realmente o diretor foi um bom pupilo do mestre Hitchcock e soube homenagear com dignidade o seu grande mentor.

    O longa-metragem segue nos trazendo cenas novas e cenas que fazem referência ao clássico: como aquela cena do primeiro contato do Norman ao voltar a empunhar uma faca após anos de seu tratamento. Realmente foi uma cena bem interessante e condizente como o contexto daquele momento na história. Temos a cena que homenageia a clássica cena do chuveiro na banheira, dessa vez sendo vivida pela Mary (Meg Tilly), que diga-se de passagem, que atriz linda na época, e que ainda conta com uma belíssima nudez durante a cena (que dessa vez foi possível de acordo com a censura da época). Nessa cena eu sinceramente achei que teríamos um remake do assassinato, ainda mais pelo fato da câmera focar no famigerado buraco na parede com aquela suspeita de alguém estar observando naquele momento.

    Outro ponto que "Psicose 2" consegue manter bem em relação ao clássico, é todo clima intrigante que vai se instalando com o passar do tempo, da construção de um suspense bem palatável, de nos envolver com um ar misterioso e soturno em torno dos acontecimentos acerca de Norman Bates. Estou me referindo justamente sobre a decisão de manter o sombrio, o oculto e o mistério em volta da possível Sra. Bates, que realmente foi uma ideia boa e funcional, principalmente pelas constantes aparições daqueles bilhetes ameaçando a Mary. A própria figura da mãe reaparecendo na janela para o Norman só mostrava o quanto a sua mente ainda continuava deturpada e perturbada, ou sempre esteve. Por mais que depois descobrimos quem estava por trás de todos esses acontecimentos, e que por sinal é uma revelação bem brochante.

    Este é o ponto mais questionável de todo o roteiro do filme:

    spoiler: Confesso que a ideia em trazer a Lila para se vingar do Norman foi uma ideia boa, afinal de contas ela não aceitava a sua reintegração na sociedade e a sua possível redenção pelo assassinato de sua irmã (eu no lugar dela também não aceitaria). Mas daí você construir todo um Plot twist que revelava que a Mary era a filha da Lila (sobrinha da falecida Marion), e que ela e a mãe estavam mancomunadas em um plano para desestabilizar o Norman e perturbar novamente a sua mente para conseguir que ele voltasse a ser condenado e voltar para o centro psiquiátrico, é no mínimo uma ideia muito ruim e sem nenhuma criatividade relevante. Sem falar que toda aquela ideia dos bilhetes ameaçadores em nome da Sra. Bates e as suas aparições na janela da casa para o Norman, serem obras da Lila e da Mary, é uma péssima escolha do roteiro. E pra piorar, no final o roteiro desanda de vez ao apresentar cenas que são ridículas e patéticas, que nem serve como uma vingança...como na cena em que a Mary se veste de Sra. Bates e sai dando pequenas facadas no Norman, ou seja, é uma cena péssima, sem nenhum sentindo, sem nenhuma relevância para a história, que soa vergonhosa e risível. E ainda vai além, quando ela finalmente parece que vai vingar no porão a morte da tia e da mãe, o Xerife simplesmente aparece e dá um tiro nela livrando a pele do Norman mais uma vez. Até então tínhamos um bom roteiro, que soube construir uma história até curiosa e interessante, e que vinha muito bem até estas partes mencionadas. Mas essas escolhas finais jogou pelo ralo grande parte de todo acerto que foi construído durante todo o filme. Não posso esquecer de mencionar a cena de fechamento do filme, onde temos uma curiosa aparição da Sra. Spool como a possível mãe verdadeira de Norman Bates. Ou seja, toda essa historinha do Norman ser adotado, da mãe fake, definitivamente não me agradou e não me convenceu. Temos aqui mais um caso que não precisaria ser mexido, que também estava autossuficiente no clássico de 1960. Pelo menos o Norman deu o mesmo final para mais uma mãe (kkk), que é o famoso chá com veneno. Agora aquela pazada no final foi muito boa hein! Dessa cena eu gostei (kkk). Agora que ele matou a Sra. Spool e a levou para o mesmo quarto da outra mãe, parece que recomeçou tudo de novo, que é ele imitar a voz da mãe junto com a dele, igual já constatamos anteriormente. Seria este o gancho para o terceiro filme?


    Sem dúvida a melhor parte dessa continuação é poder contar com a monstruosa interpretação de Anthony Perkins revivendo um dos maiores maníacos e psicopatas da história do cinema - o lendário Norman Bates. Dessa vez com mais de 20 anos longe do personagem, Perkins não decepciona, pelo contrário, ele mostra ter guardado todos os trejeitos, todas as expressões, todas as facetas, toda linguagem corporal técnica e artística do equiparável Norman Bates. Anthony Perkins nasceu para o papel de Norman Bates, onde permanecerá para sempre com esta estigma, e novamente nos surpreendendo com um atuação completamente genial, impecável, irretocável e perfeita na pele do inesquecível Norman Bates.

    Vera Miles foi uma grata surpresa no filme, pois eu realmente não esperava que algum dia ela pudesse reviver a sua lendária segunda protagonista do clássico "Psicose". Anteriormente como Lila Crane e agora como Lila noomis, ou seja, ela de fato se casou com o Sam Loomis (personagem do John Gavin) após os eventos finais do clássico. Lila pensou: "minha irmã morreu mesmo, não vai mais voltar, então eu caso com o seu namorado." Boa Lila (kkk). Vera desenvolve bem o seu papel de irmã inconsolada, e quando ela revela todo o seu plano ela fica ainda mais furiosa e sedenta pela vingança. Apesar que é nessa hora que eu vejo a sua atuação ficar muito caricata, com aquele ar de antagonista canastrona, onde cai um pouco de qualidade. Mas no geral foi muito bom rever a lendária Lila.

    Meg Tilly foi a principal adição do elenco de "Psicose 2". E digo mais, ela foi a principal estrela ao lado de Anthony Perkins e da Vera Miles. O que causou um grande ciúmes em Perkins, pois a imprensa em geral deu mais atenção à presença da jovem (com 23 anos na época) do que a sua própria presença. Perkins tentou por diversas vezes demiti-la do elenco do filme, porém todas tentativas sem sucesso. Meg Tilly realmente se sobressaiu dos demais do elenco, tanto pela sua beleza (que era estonteante), quanto pela sua competência na personagem. E olha que ela teve participação fundamental em todo desenrolar do roteiro, sendo peça-chave ao final. Ela de fato mandou muito bem.

    Tecnicamente a obra é muito bem feita e muito caprichada.
    Posso destacar a direção de arte que é muito boa, preservou muito bem a memória do clássico do mestre Hitchcock. Como por exemplo todos os cenários serem muito bem condizentes com aquele universo do Norman Bates, onde até a mesma casa usada no clássico foi utilizada para rodar esta sequência, sendo que o motel foi reconstruído. Já sobre a trilha sonora, o grande gênio John Williams foi considerado para fazer a trilha sonora do filme, mas acabou ficando com o compositor Jerry Goldsmith (o lendário compositor de "Instinto Selvagem", de 1992). Goldsmith era amigo de longa data do Bernard Herrmann (compositor do clássico de 1960). Devo dizer que Goldsmith fez um trabalho decente, conseguiu deixar bem a sua marca nesse universo clássico.

    "Psicose 2" arrecadou US$ 34,7 milhões nas bilheterias com um orçamento de US$ 5 milhões. Foi seguido por "Psicose 3" (1986) e "Psicose 4 - A Revelação" (1990), além de um polêmico remake lançado em 1998.

    Concluo afirmando que eu nunca fui a favor de remakes e continuações em certas obras que são autossuficientes e irretocáveis, que é justamente o caso do clássico "Psicose". Contudo, "Psicose 2" é uma continuação decente, que soube respeitar a essência da obra original e construir a sua própria história sem se passar por uma cópia barata - por mais que as partes finais eu considere ruins.
    Mas como um todo eu acho que valeu a tentativa, principalmente por trazer de volta dois ícones do clássico, que são o Anthony Perkins e a Vera Miles. Acredito que o mestre Alfred Hitchcock nem se revirou tanto assim em seu túmulo. [15/06/2023]
    MAGRAOBL
    MAGRAOBL

    4 seguidores 290 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 19 de maio de 2023
    [18/05/2023 Download]

    Estou impressionado em como o saudoso Anthony Perkins era um ótimo ator, dito isso, gostei muito de Psicose 2 que manteve o mesmo ritmo e suspenso do primeiro.
    Apesar de Psicose não ser dirigido por Hitchcock, Richard Franklin, consegue entregar uma boa direção com não deixa a desejar...
    Hugo S.
    Hugo S.

    3 seguidores 8 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 28 de dezembro de 2019
    Muito boa a continuação. Fiel ao primeiro filme, mas não igual. Mantém o clima de suspense. O ator que faz o personagem principal continua excelente.
    Gabriel M.
    Gabriel M.

    3 críticas Seguir usuário

    1,5
    Enviada em 25 de agosto de 2019
    Muito ruim. Tentaram seguir a mesma fórmula do primeiro mas se perderam completamente. Aquele tipo de filme que abre varias brechas pra te deixar curioso mas no fim não consegue fechá-las de modo satisfatório.
    Leandro Miecznikowski
    Leandro Miecznikowski

    39 seguidores 30 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 13 de dezembro de 2015
    Um continuação belíssima que lembra muito o primeiro, e nesse o motel e a casa estão colorido, o suspense envolvente igual do primeiro, as mortes, o cenário a casa tudo muito belo, muito melhor do que muitos filmes de terror e suspense de hoje, recomendo.
    loucoporcinema_7
    loucoporcinema_7

    6 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 24 de novembro de 2012
    O filme é muito bom, mas me deixou com algumas dúvidas: spoiler: A garota matou a mãe ou foi aquela senhora do final do filme que matou todas as pessoas no filme?
    Paolo
    Paolo

    1 seguidor 13 críticas Seguir usuário

    4,5
    Enviada em 9 de fevereiro de 2012
    O curioso de algumas continuações de clássicos é que algum diretor decide fazer essa continuação 20 anos depois do filme original, isso aconteceu com Psicose II e O Poderoso Chefão - Parte 3 (pelo menos são os que eu me lembro).

    O filme é muito bom e merece respeito pelos fãs do clássico original de 1960. 20 anos de passaram desde de que Norman Bates assassinou várias pessoas... o filme tenta lembrar o original, e consegue, pois cenas no filme são extremamente parecidas com o Psicose original, como por exemplo a cena em que o Xerife John Hunt tira o carro da primeira vítima do filme, coisa que também aconteceu no original.

    A continuação de Psicose é muito boa, mas o ponto fraco do filme é que ele é muito confuso de se entender, pois existem várias pessoas apontadas para os assassinatos, mas todos acham que é o Norman Bates matando todo mundo, e a pessoa que não for muito de decifrar enigmas talvez não entenda direito o final do filme (como eu por exemplo). Outro ponto muito bom do filme são as mortes, talvez seja o ponto mais positivo desse filme, pois as mortes são de tirar o fôlego de qualquer um.

    As atuações são muito boas, destaque é claro para Anthony Perkins que fez uma atuação belíssima novamente, mostrando ser dominado aos poucos pela presença de sua mãe. Meg Tilly também fez uma atuação boa, meio que reprisando o personagem da Janet Leigh do Psicose original, mas claro que a Meg Tilly não chega nem aos pés da estrela Janet Leigh.

    O filme é muito bom, merece respeito, claro que é uma continuação desnecessária, mas, de qualquer modo o filme está de parabéns, NOTA 9.
    Arthur
    Arthur

    5 seguidores 62 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 9 de fevereiro de 2012
    Um continuação belissima, que te prende e te deixa em dúvida o tempo todo. O filme da uma reviravolta no roteiro, porem com classe e de boa qualidade, a direção é muito boa, os atores nem se fale e as cenas mais fortes são fantásticas. Os momentos de Normam com seus conflitos são de tirar o fôlego e os dialogos são muito bem construidos também. Um filme que merece ser assistido com o mesmo carinho que você assistiu ao do mestre do suspense. Veja sem medo de se decepcionar.
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