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    A Herança de Mr. Deeds
    Críticas AdoroCinema
    4,0
    Muito bom
    A Herança de Mr. Deeds

    Diversão garantida

    por Roberto Cunha

    Adam Sandler é um fenômeno. Pelo menos nos Estados Unidos, isso é incontestável. O carisma que o ator exerce sobre o público é mesmo impressionante, a ponto de transformar filmes simples como este em um mega sucesso. Esta é a segunda dobradinha de Sandler com o diretor Steven Brill. Os dois trabalharam antes em Little Nicky - Um Diabo Diferente, mas diferente mesmo foram os mais de US$ 125 milhões que Deeds faturou por lá.

    A história não chega a ser inovadora. Deeds é um caipira que vive bem numa pequena cidade, onde é dono de uma pizzaria e é admirado por todos. Feliz na vida mas triste no amor, nunca encontrou alguém que pudesse realmente convencer o coração matuto a se entregar. Sua "terapia" é criar cartões com mensagens poéticas, rimadas e que um dia ele sonha em ver estampadas nos produtos da tradicional Hallmark. Sem dúvida alguma um senhor merchandising, mas bem encaixado na trama. Até que um dia ele descobre que herdou uma verdadeira fábula de dinheiro e o espectador toma consciência de que está diante de uma fábula moderna, com direito a príncipe, vilões e princesas. Tudo é bem pastelão e pueril, por isso a garotada curte demais. O herói bate no vilão, mas não machuca. É uma violência diferente que remete bastante a seqüências de "Os Três Patetas", "Abott & Costello", "O Gordo e o Magro", entre outros no estilo. Assim é o humor de Sandler, pelo menos nesse filme.

    Então o que se vê são os vilões tentando passar a perna no pobre caipirão e ele, por sua vez, conquistando as pessoas à sua volta - e na poltrona - com o seu jeitão. Certamente você já está cansado de ver esse tipo de trama, mas o resultado agrada bastante porque a direção é habilidosa, o elenco está bem, a edição é bem feita e a trilha com músicas moderninhas ajuda um bocado. Se você achava que estava faltando uma mocinha para virar a cabeça do herói, ela existe. Quem interpreta o papel duplo de mocinha e vilã - parece até que a arte imitou a vida - é a polêmica Winona Ryder, atualmente às voltas com a Justiça porque cismou de levar uns presentinhos sem pagar. Em termos de roteiro, o que mais incomoda é a facilidade com que Deeds lida com a fortuna que herdou. De certa forma, dá até para dizer que torna-se inverossímil em alguns momentos, mas como a proposta do filme é divertir, o melhor é relaxar e aproveitar os vários momentos engraçados.

    Destaque para a participação inusitada do polêmico astro do tênis, John McEnroe, como ele mesmo, para Steve Buscemi como o amigo Crazy Eyes, um personagem bizarro e divertido, e para o "pé preto gangrenado" de Deeds. Uma verdadeira loucura! Também foi uma grata surpresa ver John Turturro fazendo um papel tão descomprometido. Se você gosta de curiosidades, Rob Scheneider faz uma ponta no filme, assim como Sandler fez no seu, O Animal. Explica-se: os dois são amigos e costumam dar aquela força um para o outro. A moral da história é um misto de amor e amizade temperado pelo podre poder da mídia de deturpar tudo quando interessa aos barões da comunicação. No Brasil, essa prática ainda é bastante utilizada e o público conhece, mas ainda cai com um patinho. Trocando em miúdos, pode ir sem medo de ficar feliz. A Herança de Mr. Deeds vale o ingresso.

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