Deserto Particular - Brasil, 2021
O PM afastado Daniel, vive de maneira angustiada, rotineira e monótona ao lado do pai, também PM (aposentado), na Cidade de Curitiba.
Daniel sofreu uma severa punição, após um ato brutal, contra um subordinado seu. Arrependido, padece com as consequências dessa atitude desmedida e seu único alento, são as conversas inspiradas e quentes (Whats Zap) com Sarah, uma enigmática mulher, que vive em Sobradinho (BA).
Em determinado momento, Sarah, deixa de comunicar-se com Daniel, que já está, completamente envolvido, e parte em busca da mulher amada.
O que ele nem desconfia, é que a doce Sarah, vive uma rotina árdua e ambigua, ao lado da avó, extremamente religiosa.
Sarah, não pode ser quem realmente é. A cidade, o pastor e os parentes julgam, impiedosamente, seus desejos de liberdade das convenções. Seu único amigo e confidente é o simpático e solidário Fernando.
Ao chegar a Sobradinho, após uma exaustiva viagem de carro, Daniel tem dificuldades de encontrar Sarah.
Nossa heroína, se dá conta de que tem de se mostrar por inteiro e revelar toda sua verdade a Daniel.
As cenas de Sarah tentando se soltar das mil amarras impostas, ao seu modo de querer existir e viver são de partir o coração.
O primeiro encontro é fugidio e atrapalhado e deixa Daniel confuso.
Numa segunda oportunidade, eles vão a um bar, onde a conversa é apaixonada, angustiada, reveladora e embalada por um hit cafona americano dos anos oitenta, que dispara gatilhos, no observador mais maduro.
O terceiro encontro é de arrancar lágrimas do espectador, a essa altura do filme, completamente envolvido pelo casal principal e na torcida absoluta para que tudo dê certo.
Daniel, muito mais do que Sarah, precisa soltar as rédeas e viver o que realmente deseja.
No quarto e emocionante encontro há uma conversa franca, comovente e definitiva.
A narrativa ainda toma fôlego, para nos presentear com uma cena de sexo, ma-ra-vi-lho-sa, a caminho do desfecho.
Um término bonito e triste (com um fiapinho de esperança), porém absurdamente compatível com o cenário atual: partido, excludente e preconceituoso.
Um tapa (com luvas de seda) na cara dos caretas.