Almodóvar é um dos cineastas mais festejados do mundo, desde que me entendo por gente. E seus filmes, sempre muito coloridos (visualmente e figurativamente falando) sempre apresentam traços fortes da personalidade do diretor espanhol que acabou alçando status de gênio contemporâneo. Seus personagens principais são sempre fortes e complexos. Aqui não poderia ser diferente. Mais maduro do que nunca, ele nos traz um filme redondo, bonito e extremamente pessoal (de acordo com o próprio, o mais pessoal de toda sua filmografia). Muita gente já rotulou o filme como uma autobiografia, mas não o é. O próprio cineasta já falou isso. Há várias coisas que remetem à sua vida ali, mas o Salvador do filme não é Almodóvar. Essas associações se fazem presentes por evidências claras de uma inspiração na vida do diretor. O filme narra a vida de um cineasta, homossexual, ovacionado pela crítica e que passa por um processo de perda criativa. Um amor marcante do passado, a primeira revelação de desejo, um relacionamento intenso com sua mãe, drogas e dor física. Tudo isso está lá, muito bem amarrado e narrado com extrema delicadeza e esmero. É um filme lindo sobre a vida de um homem e suas escolhas. Um filme sensível e tecnicamente beirando a perfeição. E que elenco! Antonio Banderas nos dá a melhor interpretação de sua carreira. Marcante e dedicado, o ator evidentemente se entregou ao papel. E ainda há participações de grandes atores de língua espanhola que estão fantásticos tais como Penélope Cruz e Leonardo Sbaraglia. Em suma, trata-se de um filme que é para aqueles que curtem cinema de arte, com história relativamente simples, bem contada e que deixa um gostinho de quero mais. Pedro Almodóvar sendo Pedro Almodóvar. Em seu melhor estilo.
Esse filme é fantástico. Almodóvar criou um filme pessoal e magnífico. É um filme filosófico e reflexivo. Antonio Banderas está perfeito como Salvador e transmite sensações de depressividade após um período de vida em que o cinema foi a maior alegria em sua vida. Além das reflexões do personagem de Banderas sobre suas antigas escolhas e sobre o que fazer sendo um homem velho e doente sem poder escrever, o filme mostra cenas simples com altas reflexões para o público. Os problemas do dia a dia retratados nos aproximam do protagonista. Mas esse não é um filme triste, mas muito feliz. Mostra que tudo um dia acabará bem, celebrando a vida, a arte. O roteiro bem escrito de Pedro aprimora muito o filme, que tem uma ótima fotografia, design de produção e trilha sonora. Cada cena do filme nos transmite algo. Uma mistura de emoções é a melhor definição para esse filme. No final descobrimos algo extraordinário sobre o filme e entendemos algumas coisas sobre ele. O filme é extraordinário.
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4,0
Enviada em 19 de junho de 2019
Banderas em filme visceral e altamente intimista. Um cineasta deprimido e com muitas doenças, relembra sua infância, sua mãe, o primeiro desejo, tudo com muita carga emocional. Penelope Cruz está ótima como sua mãe.
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4,0
Enviada em 12 de agosto de 2019
Mais um bom filme do mestre Pedro Almodôvar, praticamente biográfico, mostra a vida e obra de uma pessoa cheia de amor, ódio e regozijo. Roteiro é excelente, claro que lento, assim como quase todo os filmes de Almodôvar, mas não deixa de passar uma linda mensagem e ainda uma qualidade enorme. Atuações ótimas de todo o elenco, mas com, destaque para Antonio Banderas que talvez tenha aqui sua melhor performance como ator, estando bem nos diálogos e eficiente nas transições de cena. Dor e gloria é muito bom.
Almodóvar, finalmente, está de volta. 16 anos após realizar seu último grande filme ("Má Educação"), o gênio reacessa seus grandes momentos na carreira. Antonio Banderas - bem como protagonista, porém não brilhante para merecer o prêmio conquistado em Cannes - vive uma espécie de alter ego do diretor, com o início de sua velhice remetendo às deliciosas memórias de sua infância. A relação com sua mãe, os primeiros instantes de seus desejos homossexuais, o início de seu amor pela arte e pela intelectualidade. Antimaniqueista de ponta a ponta, a biografia do cineasta atravessa seu vazio atual, suas somatizações e sua solidão, bem como suas deliciosas lembranças, e seu potencial de vitalidade. Mais do q uma exposição dos bastidores do Cinema, o filme aborda o cotidiano comezinho, criativo e também às vezes simplório de uma pessoa comum, apesar de sua genialidade. Se não atinge seu ápice (a obra-prima "Fale com Ela"), Almodóvar chega perto disto, com este retorno magistral a si mesmo.
Um filme 🎬 que conta como alguém que vive entre a Dor 🤕 e a Glória 🤩 de uma forma peculiar, sendo de forma a sempre a se lembrar do passado 👦, ou tentando corrigir a vida no presente 👴, tudo vira uma mistura de fatores, por vezes confusa 🤯, por vezes sentimental 🥺 e por vezes até grosseira 🤬. Algo que atrai em alguns momentos, mas em outros fica bem entendiante 🤔. Uma boa história que até pode sair fora da caixa, mas que se arrasta por momento quase desnecessários 😊. Nota 3 de 5 no Xinguê Movie Rating: ⭐⭐⭐
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O cinema de Almodóvar é sempre cheio de detalhes e visita-lo é quase sempre gratificante. Entrar no universo de sua concisa filmografia é poder ter um olhar peculiar de um verdadeiro artista.
Falar de sua estética é redundante, mas exaltar a maestria dos seus enquadramentos e mise-en-scene é celebrar o que há de mais original do cinema contemporâneo.
Em Dor e Glória, vemos uma história com temas pesados abordados de uma maneira muito sensível e humana. O roteiro é cheio de recortes delicadamente tecidos que tornam o filme redondinho e ainda reserva uma grata surpresa no final.
Grandes atuações e um charmoso design de produção ajudam a fazer desta obra a melhor em muito tempo deste diretor.
Filme começa mais fechado, a trama vai se abrindo por camadas e a cada minuto conhecemos mais e mais os personagens. Banderas está ótimo no papel de protagonista é o desfecho da história te pega de surpresa.
Lindo, luminoso, humano, absolutamente humano. Almodóvar coroa sua obra com um filme de extrema doçura e Banderas enternece, emociona, apaixona. Penélepe é uma visão - e como Almodóvar sabe cristalizar uma visão em cores, luz e beleza! Dor e Glória, despretensiosamente, sem querer se aprofundar em reflexões sobre a alma humana nem discutir as razões das nossa misérias, fala de gente cheia de amor, de pequenas fraquezas e grandes lembranças. Entrou na lista dos meus filmes preferidos, daqueles que a gente assiste e (re)assiste, como quem ouve várias vezes uma música que fala aos sentimentos.
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