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    A Cinco Passos de Você
    Críticas AdoroCinema
    2,5
    Regular
    A Cinco Passos de Você

    Tragédia adolescente

    por Bruno Carmelo

    Apenas cinco anos após o sucesso de A Culpa É das Estrelas, o filão inesperadamente rentável dos romances dramáticos sobre adolescentes doentes começa a demonstrar sinais de desgaste crônico. Criou-se uma estética comum, tão funcional quanto mecânica: a trilha sonora repleta de canções indie melódicas, vocação pela expressão artística (os enfermos desenham, pintam, cantam, fazem artesanato), uso de celulares, tablets e computadores (afinal, trata-se de jovens de classe média ou média-alta), além do olhar progressista que permite a representatividade, contanto que fique em posições secundárias (onde se encontram a maior parte dos jovens negros e gays nestas tramas).

    Embora sejam fruto de uma sociedade conectada, estes jovens são herdeiros das tragédias clássicas como Romeu e Julieta, no qual adolescentes que não podem ficar juntos precisam burlar as regras e se amar como se não houvesse amanhã, porque, de fato, pode não existir o dia seguinte. Estes filmes carregam um sentimento de urgência, uma mistura de rebeldia e piedade: como não se sentir mal por adolescentes bonitos, gentis e educados, impedidos de viver uma juventude comum? O subgênero do “romance apesar da doença” - ou graças a ela - possui um fácil componente de identificação e universalidade.

    A Cinco Passos de Você corresponde, letra a letra, ao manual descrito acima. A fibrose cística é a patologia da vez, condenando Stella (Haley Lu Richardson) e Will (Cole Sprouse) a uma vida de internações no hospital. Eles não podem se aproximar pois o contato com as bactérias alheias poderia ser mortal. É preciso, portanto, manter a distância descrita no título. Mas como impedir dois jovens apaixonados, com os hormônios em ebulição, de se tocarem? Estranhamente, as famílias de ambos estão quase sempre ausentes, talvez para reforçar o sentimento de solidão e inconsequência. Que pais carinhosos abandonam os filhos no hospital durante semanas, aparecendo apenas em eventuais intervenções cirúrgicas?

    Este não é o único elemento de estranheza no roteiro. Embora se mantenha numa linha tênue entre o realismo e o melodrama, o terço final do filme abraça sem culpa o sentimentalismo, mesmo que para isso seja necessário ignorar a lógica. Uma cena importante envolvendo um lago congelado, e outra, com luzes piscantes e um complô entre familiares, são tão românticas quanto inverossímeis. O diretor Justin Baldoni substitui a direção impessoal da primeira parte (imagens em tons beges e rosas, luzes de pouco contraste, enquadramentos tradicionais nos rostos, e abertos quando os protagonistas precisam manter distância um do outro) por algo mais próximo da fábula. Quanto mais “mágico”, infelizmente, menor a potência do projeto.

    A maior sorte do filme é contar com Haley Lu Richardson, uma excelente atriz que já tinha se destacado em Columbus e Fragmentado. Ela alterna entre a garota provocadora ao lado das amigas, ingênua diante do garoto dos sonhos, brincalhona com o melhor amigo (Moises Arias), petulante, triste, engraçada. Richardson brinca com os diálogos, os gestos, numa variação preciosa - certamente muito melhor que o semblante monocórdio de Cole Sprouse. A Cinco Passos de Você contém algumas belas metáforas, como se esperaria da mistura entre amor e morte. No entanto, o tom forçado da parte final transparece o desespero em trazer algo diferente à rígida fórmula adolescente. O resultado corre o risco de ser comparado com dezenas de produções semelhantes - muitas delas melhores do que esta -, sinal de que o segmento precisa urgentemente se reinventar, sem perder de vista a psicologia dos personagens e os rumos da trama.

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    Comentários

    • Esdras G.
      Crítico mal amado. Kkkk
    • Michele Rangel Da Vitoria
      Acredito que a participação dos pais dos adolescentes alongaria muito o filme...... mas fica a questão no ar, do porque eles não serem tão presentes... acho que faltou mais a inclusao deles em diversas cenas...
    • Ricardo Romano
      Falou pouco e falou merda! Vai pros EUA, morrer de Covid. País vagabundo que explora os outros países. Preguiçosos são eles. E você, lambe-botas colonizado, que tem preguiça de pensar. Até parece que uma pessoa que não seja milionária pode pagar um tratamento caríssimo como o dos personagens. Óbvio que os personagens têm plano de saúde. E quem não tem morre, nem entra no hospital. Naquele país de merda, 500 MIL FAMÍLIAS PERDEM TUDO PARA PAGAR CUSTOS MÉDICOS. POR ANO. VAI PRA LÄ, SER TRATADO COMO LIXO. SE CONSEGUIR ENTRAR. MANÉ.
    • Jubs
      Os pais quase não aparecem pq eles tbm tem um vida?? La nos EUA não é igual aqui no Brasil q os pais ficam cheirando o c* dos filhos e não deixam eles serem independentes, alem de q la as pessoas trabalham MUITO e não são preguiçosos, ate pq tem a trabalhar mesmo quando se tem filhos doentes pra ter condição de pagar o tratamento e as cirurgias ne??
    • Carl Segão
      Boca de pato 🤣🤣Vagabundo!
    • MARCOS ELENILDO FERREIRA
      Boca de pato 🤣🤣
    • Carl Segão
      Babacao 😠🖕Vagabundo!
    • MARCOS ELENILDO FERREIRA
      Babacao 😠🖕
    • Carl Segão
      Tu és o dono do Disqus !!🤓Vagabundo!
    • MARCOS ELENILDO FERREIRA
      Tu és o dono do Disqus !!🤓
    • Carl Segão
      Puro clichê !!Vagabundo!
    • MARCOS ELENILDO FERREIRA
      Puro clichê !!
    • Erick Yoku
      O filme é bom,historia atrativa mesmo sendo um clichê!Que adolescente não sonha em viver um romance?Mas ele vai além disso,deixando uma mensagem de aproveitar mais a vida,amar com mais intensidade,abraçar,sorrir,ser uma pessoa melhor deixando de pensar em si próprio!Nada que já não saibamos,não é!Considero-o um bom filme pois me prendeu do começo ao fim,e independente da intenção dele ter sido feito,me passou uma mensagem legal!
    • William Schutz Melo
      Achei o filme clichê, porém MUITO bonito e tocante sem ser forçado como foi A culpa é das estrelas (sim, o cara querer ouvir a mina fazer o discurso do funeral dele pra ELE foi o cúmulo do narcisismo kkkk) a parte da morte do personagem X foi MUITO boa, a atuação deles foi muito convincente. A questão deles NÃO poderem se tocar e isso ser respeitado o filme todo foi o ponto mais alto do plot. É um drama adolescente, típico Young Adult açucarado pra nos tirar da tensão do dia a dia sufocante. A trilha sonora, tanto o ost quanto o soundtrack é fenomenal! A ambientação te deixa sufocado e doente de certa forma, gostei disso kkkk. E realmente, o Cole sprouse (Will) ta igual o Judhead sem a toca de RIVERDALE kkkkkkk
    • Jackson A L
      Filme clichê romântico dramático muito parecido com A culpa é das estrelas, porém sem o mesmo brilho. Cole Sprouse praticamente interpreta o mesmo personagem de Riverdale sem chapéu. É estranho os adolescentes viverem no hospital sem praticamente acompanhamento dos pais. Apesar disso, o longa traz um tema interessante abordando a fibrose cística e seus efeitos!
    • Dawill Pinto
      Fico feliz pelo filme, pela interpretação dos personagens no seu todo.Eu nem sabia da existência de fibrose cística. Como se diz toda acção tem uma reacção, principalmente quando se trata de uma doença desse nível que nem mesmo contacto físico ou pequena aproximação é permitido. Na verdade eu recomendo esse filme.
    • Odailso
      O melhor comentário foi o do roteiro absurdo kkk. É um filme extremamente sério retratando uma realidade muito triste que atinge as pessoas e os jovens, e da uma sensação muito boa que é a de lutar pela vida e não se entregar para a enfermidade. É agradável de olhar, tem algumas frases de efeito muito legais e o nome do filme achei 10 só entende o porque do nome quem olhar. Como alguém pode chegar a classificar como ruim um filme que é capaz de encinar os jovens a ter empatia? Muitos dizem que é cliche quando mostram cenas de pessoas que se gostam e se tratam com romantismo e paixão e tem uma atitude perfeita, mas na realidade esse é o modelo, e as pessoas devem buscar o seu melhor para seguir de certo modo para ter um relacionamento bem sucedido e duradouro. E na parte que mostra ou retrata a rebeldia em sair das regras em prol do sentimento, da uma lição que fugir das regras trás consequências ruins e isso é bom para o jovem refletir...
    • José Ricardo Pimenta
      Fico feliz que o crítico possa falar a patologia da vez de forma pouco sensível em relação a quem possa ter parentes ou amigos com alguma patologia. É sinal que ele tem uma família e uma rede de amigos extremamente saudáveis ou mora na sua bolha cibernética escrevendo essas resenhas.Apenas como um toque da vez... faça o seu trabalho de casa, pesquise um pouco e descubra que a fonte de inspiração para a história de A Culpa É das Estrelas também era um casal que tinha fibrose cística e não câncer, porém, na época, acharam que essa patologia era difícil de explicar e câncer todo mundo conhece. Então, caro crítico, para quem tem ou conhece alguém próximo que tenha fibrose cística, é muito bom saber que agora pode ser divulgada e ter essa patologia discutida nessa vez.
    • Rebeka
      Realmente um clichê romântico dramático, muito parecido com A Culpa é das estrelas. O final sofre um grande bombardeio de cenas emocionantes e muuuuito improváveis. Mas pra quem (eu) é apaixonada por clichês românticos onde os personagens são perfeitos um para o outro e inspiram-se numa mistura de Romeu e Julieta com A culpa é das estrelas vale muitíssimo a pena assistir. Assistiria novamente umas 3 vezes.
    • Eduardo Proença
      Filme muito ruim. Roteiro absurdo e cheio de clichês. Depois de A Culpa é das Estrelas vai ser bem difícil fazer outro filme no gênero. O único destaque positivo foi a atuação dos 3 jovens doentes. Fora isso, não perca seu tempo.
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