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    Jumanji: Próxima Fase
    Críticas AdoroCinema
    3,0
    Legal
    Jumanji: Próxima Fase

    Novo jogo, novos horizontes

    por Barbara Demerov

    Apesar desta ser uma sequência com personagens que já conhecemos e possuir uma dinâmica narrativa ainda mais divertida, talvez o elemento mais positivo de Jumanji - Próxima Fase recaia na adição de personagens que nada conhecem o mundo dos videogames – e que o público também não conhecia até então. Novamente sob o comando de Jake Kasdan, o segundo capítulo da franquia mistura nostalgia com inovação e consegue ser inventivo em certos momentos, mas ainda assim segue uma cartilha convencional para entreter seu público.

    A sequência abre espaço para que uma trama sobre amizade e perdão esteja sempre no pano de fundo, por mais que não se abra mão da ação e de sequências em CGI que trazem detalhes bem caprichosos. Assim como no filme de 2018, os ambientes explorados são vastos e tão ameaçadores quanto deslumbrantes, o que faz com que Jumanji (agora afetado pela decisão dos personagens em destruir o jogo no final do primeiro longa) ainda seja uma novidade para o quarteto principal.

    Passados alguns anos após a primeira aventura em grupo, Martha (Morgan Turner), Spencer (Alex Wolff), Bethany (Madison Iseman) e Fridge (Ser'Darius Blain) retornam ao game de forma um tanto apressada e sem muita atenção ao contexto relacionado às suas vidas reais. Uma breve explicação de como cada um está neste determinado ponto transforma Jumanji em uma forma de refúgio – mais até do que uma forma de diversão ou um desafio para se provar, ganhar confiança e descobrir quem você é (assim como vimos em Jumanji - Bem Vindo à Selva). Mas, mesmo com o romance entre Spencer e Martha, a grande graça do filme continua a de ver The Rock, Kevin HartKaren GillanJack Black atuando como os personagens jogáveis e cheios de artimanhas.

    Por conta do roteiro do filme ser diretamente ligado à história do game Jumanji, que já é muito simples, a narrativa ora se arrasta, ora se apressa sem dar muitos detalhes fora a ação. Não que esse seja um demérito – afinal, a história "boba" do game é justamente o que torna o filme tão divertido visualmente –, mas ainda falta certo brilho quando ela é analisada num plano mais geral. A sorte é que o elenco (agora contando com Awkwafina e Danny DeVito, que entregam atuações muito divertidas) não só segura bem as pontas como demonstra a mesma sintonia e comédia leve que apresentou no filme anterior.

    Há poucos conflitos no enredo como um todo, o que certamente limita o filme a tomar grandes passos rumo ao desenvolvimento mais detalhado daquele mundo ou de algum personagem - com exceção de Danny Glover e DeVito, é claro. Ambos entram no jogo sem qualquer conhecimento prévio e ainda têm de lidar com resquícios do passado que envolveu uma grande amizade e um grande negócio. Jumanji: Próxima Fase passeia pela nostalgia de forma diferenciada: o jogo em si não é mais o cerne, apesar de ser o foco de uma grande aventura. Há inclusive uma cena que envolve o grande vilão do game (interpretado pelo Cão de Game of Thrones, Rory McCann) e que imediatamente traz referências à série.

    No final, Jumanji - Próxima Fase vai além da comédia e da ação para entregar um desfecho emocionante relacionado a um personagem que se conhece melhor a partir das aventuras do game. Sendo assim, é curioso que a pessoa em questão nada conhecia desta tecnologia, mas se mostra mais maravilhado do que todas as personagens restantes. A tecnologia o abraçou de uma forma singela e bastante sincera também, trazendo uma mensagem um tanto poética para quem prestar mais atenção: a possibilidade de se sentir abraçado por uma tecnologia tão arcaica quanto envolvente, que dá uma nova realidade a partir de um medo (seja o de morrer ou de ser esquecido). O significado de Jumanji chega ao nível de representar a chance de liberdade; não só física como também emocional.

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    Comentários

    • Jackson A L
      Achei tão divertido quanto o anterior (sem levar em conta a versão original, que é épica). A adição de novos personagens aos filmes ficou interessante, até pra não ficar muito repetitivo. Com atuação de Danny DeVito, apesar de pouco aparecer no filme, foi possível relembrar muitos filmes antigos que passavam na Sessão da Tarde!!
    • Edson Reis
      Como sempre, o primeiro é insuperável e basta por si só. Essas sequências são apenas caça niqueis, capitaneadas por atores elevados a categoria de astros, mas com filmografias pontuais, em que se encaixaram bem (Escorpião Rei, O Amor é Cego) e paramos por aí...
    • Alan Bitencourt
      Eu estou com vontade de assisti esse filme.
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