Minimalism: A Documentary About the Important Things: Críticas

O minimalismo nada mais é do que a arte de aprender a desapegar de tudo aquilo que não nos é realmente necessário e não nos acrescenta qualquer valor. Num mundo que nos incita a sermos consumistas, isso é muito difícil. O documentário Minimalismo: Um Documentário Sobre Coisas Importantes, dirigido por Matt D’Avella, tem justamente este assunto como tema principal.

Enfocando a turnê feita para divulgação do livro escrito pela dupla Ryan Nicodemus e Joshua Fields Millburn, o filme vai, da mesma maneira, abordando diversas maneiras de se praticar o minimalismo – seja na sua residência e, principalmente, nos seus hábitos de consumo. Ao mesmo tempo, o documentário confronta a aplicação do minimalismo numa sociedade como a norte-americana, em que o conceito do Sonho Americano está tão enraizado na cultura de seus habitantes. Ser bem-sucedido, para os americanos, significa ter uma casa maravilhosa, ganhar muito dinheiro e consumir bastante. Como podemos sair desse ciclo? Essa é a grande pergunta que o filme nos faz.

Com 79 minutos de duração, Minimalismo: Um Documentário sobre Coisas Importantes é um filme muito interessante e que vai fazer com que os espectadores reflitam bastante sobre as suas decisões de compra e sobre a impulsividade de alguns hábitos de consumo que temos. No final, não sei se o espectador irá seguir um caminho tão radical quanto o da dupla Ryan e Joshua, mas, com certeza, uma sementinha será plantada para que sejam implementadas mudanças positivas na vida de alguém.

O documentário tem uma fotografia belíssima, mas aborda o minimalismo de uma forma muito rasa e limitada. Uma pessoa leiga no assunto pode sair com a impressão de que minimalismo é coisa de gente rica, que atingiu o auge da carreira profissional, acumulou bens materiais e se deu conta de que nada disso lhes trazia felicidade. Além disso, o documentário aborda apenas a cultura de consumo nos EUA, ficaram muito nessa bolha. Praticamente não mencionaram as consequências ambientais e sociais do consumismo. Por fim, não me pareceu muito coerente centralizar o documentário na figura de dois palestrantes, pois é habitual que eles vendam uma "receita do sucesso", sendo que o conceito de sucesso é questionado pelo próprio documentário.