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Kamila A.
7.026 seguidores
777 críticas
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3,0
Enviada em 31 de agosto de 2023
Uma pequena localidade. Um trabalhador envolvido em um acidente na fábrica de metal em que trabalhava. Ninguém sabe quem ele é, suas origens, suas famílias, seus amigos. O diário encontrado pelo jovem André (Murilo Caliari) revela a todos, principalmente a nós da plateia, quem ele é.
O relato da história de Cristiano (Aristides de Sousa), o trabalhador acidentado, é o objeto principal de “Arábia”, filme dirigido e co-escrito por Affonso Uchôa e João Dumans. Como a trajetória de Cristiano envolve diversas cidades, personagens, trabalhos e amores, é quase como se estivéssemos assistindo a um road movie, no qual, no final, iremos compreender todas as transformações pelas quais Cristiano passou.
Alguns pontos chamam a atenção em “Arábia”. O primeiro deles é a necessidade de Cristiano de escrever a sua história no diário para poder compreender os desígnios que foram reservados a ele. O segundo é a sua resiliência em (re)começar quantas vezes forem necessárias. O terceiro é o sufocamento de uma rotina em que, na maior parte do tempo, você é ninguém.
No final, acredito que o aspecto que mais emociona em “Arábia” está diretamente relacionado a uma das frases que Cristiano escreve em seu diário. “Todo mundo tem uma história. Até os mais calados”. Cristiano era uma dessas pessoas. Ele foi uma daquelas pessoas que mais ouviu do que falou. E a sua jornada iria passar completamente despercebida se não fosse a extraordinária descoberta de seu diário.
A intenção de "fechar o círculo" da história não convence pois a conexão entre começo e fim é flácida, superficial e irrelevante no contexto total do filme - embora este pareça ser um defeito do filme todo, a fraca conexão entre as cenas e entre estas e a ideia central do filme que acaba não se construindo, nem se revelando. Qual seria? Um trabalhador poder filosofar sobre seu lugar no mundo? As dificuldades que um trabalhador no Brasil enfrenta? É impossível compreender qual a premissa do filme que acaba sendo uma coleção de cenas sem força para construir um significado maior. Algumas, na verdade, são absolutamente desnecessárias e incompreensíveis. A longa tomada com o menino de bicicleta logo no início é uma. Outra é a cena do atropelamento que, além de terrivelmente mal feita, não parece ter qualquer importância na história. Decepcionante.
Maravilhoso. Sensibilidade ímpar. A vida de um trabalhador lutando, a cada dia, por sobrevivência (um lugar para dormir e algo pra comer, literalmente). As condições miseráveis, a falta de direitos trabalhistas, a falta de perspectivas, a ingenuidade quanto à vida, a falta de vínculos fortes e, principalmente, a falta de um olhar para si, de um processo de subjetivação. Ao receber a sugestão de escrever sobre si, este processo é inaugurado. Após "perder" a única pessoa q amou (não conseguem sustentar certa morte), o protagonista mergulha numa melancolia sem retorno. Ao final, a frase do filme: "Parei de ouvir o barulho das máquinas, e então ouvi meu coração pela primeira vez." Preciso, tocante e imperdível, o melhor filme brasileiro deste ano.
Arábia é o épico do trabalhador comum, anônimo, se esse trabalhador conseguisse colocar tudo que sente e percebe no papel e se este trabalhador saísse do imaginário de Karl Marx e da elite que assim o idealiza. Um ser que percebe a “exploração” da burguesia e que anseia por justiça enquanto faz tudo direito. Este é um filme que apela para a emoção e que encontra em seu caminho os belos enquadramentos dos diretores/roteiristas João Dumans e Affonso Uchoa. Com momentos icônicos que sintetizam muito com pouco, este é um roteiro coeso do começo ao fim e que não tem medo de arriscar o padrão do protagonismo por um pouco mais de símbolos. A ideologia precisa sobreviver neste filme; o trabalhador, pode morrer, pois será por uma boa causa.
Um bom roteiro , bem estruturado ., o elenco é um ponto fraco do filme., tirando os protagonistas que são bons , o restante deixa a desejar. O filme faz uma crítica social bem forte! .. um filme mais filosófico, que fala sobre solidão , sobre não ter raízes , sobre viver só! Fotografia muito boa! , o início do filme é um destaque.
Filme tocante ... sintetizado na frase: ...juntei as minhas coisas e fui embora ... simples! Quantas vezes na vida temos vontade de sumir ... o cenário mineiro, as montanhas !!! A trilha sonora brilhantemente inserida. Fora a crueza da sobrevivência, só mesmo ficando surdo pra ouvir o próprio coração.
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